Irã pede a Trump que trate país com respeito e sem ameaças de guerra
Governo iraniano pede que presidente dos EUA abaixe o tom após ameaças feitas contra o país no último domingo, em uma rede social
Internacional|Do R7
O Irã cobrou os Estados Unidos, nesta segunda-feira (20), a se dirigirem à República Islâmica com respeito, e não com ameaças de guerra, um dia depois de o presidente Donald Trump despertar o temor de um possível conflito entre EUA e Irã.
Como sinal de um confronto em ebulição um ano depois de Washington se desligar de um acordo nuclear firmado em 2015 com o Irã e readotar sanções, Teerã anunciou um aumento de quatro vezes no ritmo de produção do enriquecimento de urânio de baixo grau.
As tensões entre Washington e seus aliados sunitas no Golfo Pérsico, de um lado, e de Teerã e seus representantes xiitas na região do outro, ardem há semanas.
No domingo, Trump tuitou: "Se o Irã quiser lutar, esse será o fim oficial do Irã. Nunca mais ameacem os Estados Unidos!".
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O ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, respondeu em sua conta de Twitter: "Nunca ameace um iraniano. Tente o respeito – funciona!".
Zarif, que foi educado nos EUA, na verdade elogiou Trump por comentários anteriores vistos como alertas à linha-dura do governo norte-americano que estimula um conflito.
O presidente "deplora com razão o complexo militar-industrial pressionar os EUA a Guerras Infinitas", tuitou Zarif.
Mas ele disse que Trump permitiu que um "time B" de assessores liderados pelo conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, "jogasse fora a diplomacia", e os acusou de "ordenhar carniceiros despóticos através da venda maciça de armas" — uma referência aparente ao maior rival regional do Irã, a Arábia Saudita, maior compradora de armas de Washington.
Trump endureceu as sanções econômicas contra o Irã, e seu governo diz que reforçou a presença militar norte-americana na região.
Os EUA acusam Teerã de representar uma ameaça a seus soldados e interesses, o que o regime nega, descrevendo as medidas dos EUA como "guerra psicológica" e um "jogo político".
Também nesta segunda-feira, o Reino Unido aconselhou o Irã a não subestimar a determinação dos EUA, alertando que se os interesses norte-americanos forem atacados o governo Trump retaliará.
O chanceler de Omã, país do Golfo Pérsico que ajudou a encaminhar conversas entre Irã e EUA no passado, visitou Teerã nesta segunda-feira. Yousuf bin Alawi bin abordou questões regionais e internacionais com Zarif, relatou a agência de notícias estatal iraniana Irna sem dar detalhes.