Irã reforça laços com a Rússia, mas pede fim da guerra na Ucrânia
Presidente iraniano diz que conflito 'é motivo de preocupação para todos os países' e que Teerã e Moscou têm 'futuro brilhante'
Internacional|Do R7
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, pediu nesta quarta-feira (9) o fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia, ao mesmo tempo em que esclareceu que Teerã e Moscou querem expandir seus laços estratégicos em diversos campos.
Durante seu encontro nesta quarta com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia (RSC), Nikolai Patrushev, Raisi enfatizou que a política de princípios de seu país é de oposição à guerra e afirmou que "a expansão do alcance e a escalada da guerra são motivo de preocupação para todos os países", segundo informou o site oficial da Presidência iraniana.
Raisi afirmou que a vontade do Irã e da Rússia é melhorar o nível das relações estratégicas em diversos campos, ressaltando que os laços entre Teerã e Moscou estão se fortalecendo e têm um futuro brilhante.
"A cooperação entre países independentes é a resposta mais decisiva à política sancionadora e desestabilizadora dos Estados Unidos", acrescentou Raisi.
Patrushev, por sua parte, apresentou um relatório sobre o estado da cooperação bilateral e salientou que "estamos trabalhando muito ativamente para desenvolver a cooperação nos campos político, comercial, energético, agrícola e de trânsito".
Da mesma forma, expressou sua esperança no desenvolvimento das relações entre Irã e Rússia no âmbito de organismos e organizações regionais, acrescentando que "a criação de um mundo multipolar está de acordo com os interesses de todos os países do mundo".
Patrushev chegou a Teerã na terça-feira a convite oficial do secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamkhani.
A visita acontece depois que o Irã admitiu ter fornecido alguns drones de assalto à Rússia antes do início da atual campanha militar na Ucrânia, embora Kiev negue que o número seja limitado.
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, assegurou que seu Exército abate "pelo menos dez drones iranianos todos os dias", enquanto a inteligência militar ucraniana afirmou na última terça-feira (8) que os componentes de alguns dos aparelhos abatidos sugerem que eles foram fabricados quando a invasão russa já havia começado.
A principal autoridade de segurança da Rússia é acompanhada por uma delegação econômica durante a viagem ao Irã e deve se reunir com outras autoridades políticas e econômicas iranianas para discutir o desenvolvimento e a expansão dos laços bilaterais.