Irmã de preso na Tailândia viaja ao DF, mas continua sem notícias
"A gente nem sabe a data do julgamento", disse Antônia Pires do Nascimento
Internacional|Do R7*
Há mais de duas semanas sem conseguir falar com o irmão, preso por tráfico de drogas na Tailândia, a professora Antônia Pires do Nascimento, de 31 anos, decidiu viajar até Brasília para se reunir com autoridades do Ministério das Relações Exteriores em busca de novas informações sobre o caso.
— Não dá para ficar recebendo informações só por mensagens. Por isso eu decidi vir e conversar com alguém pessoalmente e saber em que situação ele está.
Mas, apesar de ter percorrido mais de 1.300 km até o Itamaraty e ter se encontrado com uma representante da pasta nesta segunda-feira (25), a professora afirma que não conseguiu obter nenhuma informação que ela já soubesse anteriormente.
— Foram dadas poucas informações. A gente nem sabe ele se já tem um advogado e qual vai ser a data do julgamento dele. O que nos resta é esperar porque a Tailândia tem regras muito rígidas.
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O irmão de Antônia, o jovem Paulo Henrique Pires do Nascimento, de 27 anos, foi preso pela polícia de Bangkok, na Tailândia, no começo deste mês por transportar 1,3kg de cocaína em cápsulas no estômago.
Os policiais e autoridades locais detiveram o rapaz após ele passar pelo aparelho de Raio-X com cerca de 100 cápsulas que teriam sido engolidas pelo brasileiro.
O R7 entrou em contato com o Ministério de Relações Exteriores para pedir mais informações sobre o andamento do caso de Paulo Henrique.
Por meio de nota, a pasta informou que "não divulga informações detalhadas sobre a detenção em apreço" e que Paulo Henrique "autorizou, apenas, o repasse de informações pessoais a seus familiares".
— A Embaixada do Brasil em Bangkok e a Divisão de Assistência Consular seguirão acompanhando o caso, prestando a assistência consular cabível ao nacional e a seus familiares.
Detenções no exterior
Em casos de prisões no exterior, os brasileiros detidos têm direito a contatar parentes e ao tratamento determinado na legislação do país em que se encontra. A ajuda das autoridades brasileiras, no entanto, depende do interesse do próprio acusado.
Uma vez informada a existência de um detento brasileiro, por exemplo, os agentes consulares podem agendar visitas, de acordo com as normas do centro de detenção para verificar o tratamento recebido, além de acompanhar o detento em audiências e julgamentos.
Mas apesar da assessoria jurídica que as autoridades brasileiras prestam, existem medidas que não podem ser adotadas. Entre elas estão a interferência no processo judicial, retirada da cadeia, representação judicial dos cidadãos brasileiros presos, fornecimento de recursos financeiros e garantia de que os detentos brasileiros tenham tratamento privilegiado em relação aos demais presos.
*Caíque Alencar, do R7