'Irmã não queria matar', diz prima de brasileiro esfaqueado na Espanha
Welington Alves, de 27 anos, foi morto pela irmã de 18 após briga no fim de semana. Família teme pelo futuro da jovem, que foi presa
Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7
“A intenção dela não era matar.” É este o depoimento de Flaviane Alves, prima do brasileiro Welington Alves, de 27 anos, morto a facadas pela irmã em Águilas, na Espanha, no último fim de semana. Em entrevista ao R7, Flaviane relata que a tragédia começou com uma briga banal entre irmãos.
“Eles estavam jogando baralho e começaram a discutir. Foi uma bobeira, mas acabaram se agredindo. O Welington foi para o próprio quarto e ela foi atrás com uma faca pequena mesmo e furou o tórax dele. Na hora, ela ficou desesperada. Ele foi levado ao hospital, mas chegou sem vida — a artéria do coração foi atingida”, relata a cabeleireira, que mora em Barra do Garças (MT).
De acordo com Flaviane, Welington morava na Espanha havia dois anos, onde prestava serviços como segurança, lavador de carros e cuidador de crianças.
A irmã, Ágatha, de 18 anos, vive no país com a mãe há quase uma década e sofre de depressão. “Dez meses atrás, ela deu entrada no hospital por tentativa de suicídio. Tomou muito remédio e teve de fazer lavagem estomacal. Saiu e tentou novamente, uma semana depois. Sempre que ela brigava com o namorado isso acontecia”, conta a mato-grossense.
O corpo de Welington foi sepultado nesta terça-feira (17) na Espanha. “Foi um pedido da mãe dele. Inicialmente, fizemos uma campanha nas redes sociais para trazê-lo ao Brasil, mas conseguimos uma ajuda de 6.000 euros (aproximadamente R$ 27 mil) com brasileiros que moram na Espanha para enterrá-lo lá.”
A família agora teme pelo sofrimento de Ágatha. “Estamos muito arrasados pela perda dele, mas ao mesmo tempo não conseguimos ter raiva dela. Ela estava sem tomar remédios quando a tragédia aconteceu e foi presa imediatamente pela guarda civil espanhola. Ela vai sofrer muito”, lamenta Flaviane.
O R7 tentou contato com o Itamaraty para saber se o governo brasileiro acompanha o caso, mas não obteve resposta até a publicação desta nota.