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Itália apura esquema de corrupção em cidadania para brasileiros

 Quatro pessoas foram presas preventivamente e outras 74 são investigadas por falsidade ideológica. Quadrilha faturou quase R$ 4 milhões

Internacional|Da Ansa

Quatro pessoas foram presas no esquema
Quatro pessoas foram presas no esquema Quatro pessoas foram presas no esquema

A polícia italiana desmantelou nesta quarta-feira (14) mais uma quadrilha que praticava corrupção para facilitar o reconhecimento de cidadania jus sanguinis ("direito de sangue") para brasileiros.

O caso ocorreu na cidade de Crescentino, situada na província de Vercelli, noroeste da Itália. Por meio de interceptações telefônicas e microcâmeras instaladas em escritórios municipais, os investigadores conseguiram documentar pagamentos em dinheiro para servidores públicos.

A Procuradoria estima que a quadrilha tenha movimentado mais de 600 mil euros, cerca de R$ 3,9 milhões. Quatro pessoas foram presas preventivamente e estão em regime de detenção domiciliar, enquanto outras 74 são investigadas por falsidade ideológica em atos públicos.

Segundo o jornal La Stampa, o que chamou a atenção dos investigadores foi o elevado número de brasileiros, cerca de 150, que buscavam reconhecer a cidadania italiana em Crescentino, município de pouco menos de 8 mil habitantes.

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Os candidatos teriam pagado cerca de 4 mil euros por pessoa para obter o reconhecimento, em um pacote que incluía o aluguel de apartamentos para certificação da residência. Os processos de cidadania eram intermediados por uma agência de Verona, no nordeste da Itália.

Esquemas

Ao longo dos últimos anos, a polícia e o Ministério Público desmantelaram diversas quadrilhas que praticavam corrupção e fraudes nos processos de reconhecimento de cidadania italiana jus sanguinis, especialmente envolvendo brasileiros.

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O problema mais frequente é a questão da residência. Para obter o reconhecimento, é preciso comprovar moradia na Itália, o que exige a permanência por um período relativamente incerto, mas que pode durar por volta de três meses.

Em alguns inquéritos, existe a suspeita de irregularidades no reconhecimento da residência, papel que cabe a um guarda municipal, o chamado "vigile". Há também assessorias que vendem a ideia de que tal etapa pode ser concluída rapidamente ou sem a necessidade da presença permanente do candidato em solo italiano, o que vai de encontro ao que estabelece a lei.

No caso da operação deflagrada nesta quarta-feira, a investigação gira em torno da suposta corrupção de servidores municipais para garantir o reconhecimento da cidadania para brasileiros.

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