Itália destinará até 25 bilhões de euros à crise de coronavírus
'Quantia extraordinária' vai financiar medidas para aliviar as consequências 'sociais e econômicas' da emergência, mais não será desembolsada agora
Internacional|Da EFE
O governo italiano aprovou nesta quarta-feira (11) até 25 bilhões de euros para enfrentar as consequências da crise de coronavírus, que já infectou 10.149 pessoas e causou 631 mortes no país.
Trata-se de uma "quantia extraordinária" para financiar medidas para aliviar as consequências "sociais e econômicas" da emergência e que não será desembolsada "imediatamente", explicou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, em entrevista coletiva.
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Inicialmente, a Itália tinha aprovado 7,5 bilhões de euros. Agora, aumentou a verba e pediu maior flexibilidade à União Europeia, da qual Conte assegurou ter recebido uma "grande abertura".
O ministro da Economia, Roberto Gualtieri, disse que já havia enviado à Comissão Europeia um pedido de endividamento de 20 bilhões de euros.
Segundo o político, quase metade do dinheiro, 12 bilhões de euros, será usado para financiar um decreto com ajudas que "provavelmente" chegarão na próxima sexta-feira. O resto "constituirá uma reserva para possíveis e futuras intervenções".
Os 7,5 bilhões de euros iniciais representaram um aumento do déficit para 2020 de até 2,5%, em comparação com os 2,2% previstos, e os novos recursos representarão um novo aumento. Gualtieri não esclareceu se chegaria a 3%, pois "dependerá do dinheiro utilizado".
O ministro garantiu também que a Itália poderá utilizar recursos comunitários para amortecer o impacto dessas medidas nos cofres do Estado, que, de qualquer forma, "é capaz de manter este esforço porque apresenta um quadro de solidez financeira".
O governo italiano prepara um grande projeto para enfrentar esta crise, dividido em quatro linhas, e que Gualtieri ilustrará no Parlamento nesta quarta-feira.
O foco será um maior investimento no Sistema Nacional de Saúde e Defesa Civil, apoio ao emprego das pessoas afetadas pelo vírus que não podem trabalhar, mais liquidez para as famílias e empresas e benefícios fiscais, como uma moratória sobre hipotecas para as empresas afetadas.
A ministra do Emprego, Nunzia Catalfo, detalhou medidas de apoio às empresas com 5 a 15 empregados, licença parental para todas as famílias afetadas pelo fechamento das escolas, para evitar o contágio até 3 de abril, e um bônus para cuidadores de crianças.
A Itália restringiu a circulação dentro do país para evitar o contágio e fechou espaços públicos, mas a região da Lombardia (norte), a mais afetada pelo coronavírus, pediu ao governo medidas ainda mais severas contra a epidemia.
O primeiro-ministro manifestou a vontade de implementar medidas mais restritivas para a Lombardia e as regiões que as solicitem, mas aguarda um pedido dos governadores.