Itália propõe à ONU plano para restaurar a paz na Ucrânia
Iniciativa italiana propõe realizar um trabalho passo a passo começando com tréguas localizadas e a evacuação de civis
Internacional|Do R7
A Itália propôs um plano para restaurar a paz na Ucrânia em um documento elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores e entregue à Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou nesta sexta-feira (20) o chanceler italiano, Luigi di Maio.
"O plano de paz italiano é uma proposta que já discuti com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, há dois dias em Nova York e que prevê a criação de um grupo de facilitação internacional composto por organizações como as Nações Unidas, a União Europeia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa", explicou Di Maio em entrevista coletiva.
"O objetivo é trabalhar passo a passo (...) começando, por exemplo, com tréguas localizadas, a evacuação de civis, a abertura de corredores humanitários seguros, e depois aumentando até chegar a um cessar-fogo geral", completou.
A iniciativa italiana surge em um momento em que o conflito na Ucrânia ameaça desencadear uma grave crise energética e alimentar em todo o mundo, pois afeta a atividade agrícola e as exportações de cereais da Ucrânia, país que era o quarto maior exportador de milho e estava prestes a ser o terceiro maior exportador de trigo.
Os detalhes do plano não foram divulgados à imprensa, mas foram antecipados pelo jornal italiano La Repubblica, que teve acesso ao documento detalhado elaborado por diplomatas.
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O plano centra-se essencialmente em quatro pontos: cessar-fogo, a neutralidade da Ucrânia, apoiada por uma "garantia" política internacional a ser discutida no âmbito de uma conferência de paz, questões territoriais (Crimeia e Donbass) e um novo tratado multilateral de segurança e paz.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, é particularmente afetada pelo conflito na Ucrânia, especialmente devido a sua dependência do gás russo.
Pobre em recursos energéticos e desprovida de usinas nucleares, a península importa 95% do gás que consome, 40% do qual vem da Rússia.