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Johnson enfrenta risco de derrota fatal em reduto conservador

Resultado de eleição em North Shropshirena, na região central da Inglaterra, pode resultar na queda do primeiro-ministro  

Internacional|Do R7

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, participa de uma coletiva de imprensa
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, participa de uma coletiva de imprensa

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson, em rápida queda de popularidade entre a opinião pública e inclusive entre os deputados conservadores, enfrenta nesta quinta-feira (16) uma eleição parcial em um reduto conservador.

A derrota dos consevadores pode precipitar uma moção de censura dentro do partido, uma proposta parlamentar apresentada pela oposição com o objetivo de derrotar o governo vigente.

Após uma série de escândalos nas últimas semanas ao redor do primeiro-ministro, cuja legitimidade é cada vez mais questionada por acusações de corrupção e de violação das regras anticovid no período de Natal do ano passado.

Além disso, mais de 25% da bancada conservadora (99 de 361 deputados) se rebelou contra o governona última terça-feira (14) em uma votação sobre as novas restrições contra a variante Ômicron.


As medidas foram aprovadas graças ao apoio da oposição trabalhista, mas esta foi a maior rebelião conservadora sofrida por Johnson, cuja renúncia é defendida pela maioria dos britânicos, de acordo com várias pesquisas.

No atual contexto, a eleição para repor a cadeira de North Shropshire, na região central da Inglaterra, ganhou um caráter de plebiscito sobre a liderança de Johnson.


A divisão eleitoral com pouco mais de 80 mil eleitores vota de maneira fiel há várias décadas nos candidatos conservadores. Owen Paterson, que ocupava a cadeira desde 1997, recebeu em 2019 os votos de 23 mil eleitores.

Mas Paterson foi obrigado a renunciar recentemente, depois de ter sido acusado de pressionar integrantes do governo de Johnson para defender os interesses de duas empresas para as quais atuava como consultor remunerado.


Além disso, o primeiro-ministro tentou modificar as regras parlamentares para proteger Paterson, o que provocou a irritação de boa parte dos deputados e eleitores.

A imprensa prevê uma derrota conservadora, um resultado que ameaçaria precipitar o envio de cartas de não confiança dos membros do partido contra seu líder, um trâmite necessário para desencadear uma votação interna com o objetivo de afastá-lo do comando.

O jornal conservador The Daily Telegraph informa que "alguns deputados sugeriram de maneira privada que a perda de North Shropshire seria o último prego no caixão da liderança de Johnson".

E se perder a liderança do partido, Johnson teria que deixar também Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro, como aconteceu com sua antecessora Theresa May em 2019.

Doses de reforço para popularidade

O Partido Liberal-Democrata é o mais bem posicionado para assumir a cadeira de North Shropshire, auxiliado pelo voto tático dos trabalhistas, com os quais estabeleceram uma aliança para tentar infligir uma derrota ao primeiro-ministro.

A situação é diametralmente oposta ao mês de maio, quando os conservadores, que estavam com grande popularidade graças ao sucesso da campanha de vacinação contra a Covid-19, arrebataram da oposição trabalhista seu histórico reduto de Hartlepool, na região nordeste da Inglaterra.

Agora o coronavírus volta a ser uma grande preocupação entre os britânicos, que a poucos dias das festas de Natal observam cada vez mais eventos cancelados e receberam a recomendação de limitar as interações diante da disparada sem precedentes de casos.

O Reino Unido, um dos países mais afetados da Europa pela pandemia, com mais de 146 mil mortes até o momento, registrou na última quarta-feira (15) o recorde de 78.610 novos contágios em 24 horas.

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O recorde anterior era de 68.053 casos em 8 de janeiro, durante o avanço da variante alfa, anterior à delta, atualmente a dominante na Europa.

Para evitar que os hospitais entrem em colapso, o governo Johnson estabeleceu a meta gigantesca de oferecer uma dose de reforço da vacina contra a Covid a todos os adultos até o fim do ano.

O desafio logístico implica um milhão de injeções por dia e mais centros de vacinação foram abertos - com funcionamento por mais horas. Mas nada garante que, mesmo que a meta seja alcançada, isto será suficiente para devolver ao líder conservador a popularidade perdida.

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