Jornais linha-dura do Irã elogiam agressor de Salman Rushdie

Vários jornais linha-dura iranianos elogiaram neste sábado (13) o homem que atacou e feriu gravemente o escritor Salman Rushdie, cujo romance Os Versos Satânicos provocou indignação entre alguns muçulmanos.

Ainda não há uma reação oficial do Irã ao ataque a Rushdie, que foi esfaqueado no pescoço e no abdômen em um palco durante uma palestra no estado norte-americano de Nova York, nesta sexta-feir (12).

Contudo, o jornal linha-dura Kayhan, cujo editor-chefe é escolhido pelo líder supremo do Irã, Ali Khamenei, escreveu:

"Mil bravos... à pessoa zelosa e corajosa que atacou o maligno e apóstata Salman Rushdie em Nova York", acrescentando: "A mão do homem que rasgou o pescoço do inimigo de Deus deve ser beijada".

O líder da revolução islâmica de 1979 no Irã, o falecido aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu em 1989 uma fatwa, ou decreto religioso, em que pedia a morte de Rushdie, escritor nascido na Índia, forçando-o a passar anos escondido.

O site de notícias Asr Iran publicou neste sábado uma citação muito conhecida de Khamenei que dizia que a "flecha" disparada pelo líder religioso iraniano Khomeini "um dia atingirá o alvo".

A 15ª Fundação Khordad, uma abastada organização religiosa iraniana, subiu a recompensa pela cabeça de Rushdie para 2,5 milhões de dólares em 1997, oito anos após ter oferecido uma recompensa pela primeira vez. A fundação aumentou o valor para 3,3 milhões de dólares em 2012.