Jornalistas de Mianmar mostram preocupação por prisão de colegas
Dois jornalistas da Reuters foram detidos pela polícia em dezembro
Internacional|Do R7
Um grupo de repórteres de Mianmar pediu ao governo nesta segunda-feira detalhes sobre a prisão de dois jornalistas da Reuters no mês passado, argumentando que o caso pode ter implicações no trabalho da imprensa, disseram dois membros do grupo.
Os dois jornalistas da Reuters, Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27 anos, estão sendo investigados por suspeitas de violar a Lei Oficial de Segredos, uma lei pouco usada que existe desde a época do regime colonial britânico.
Eles haviam trabalhado na cobertura da Reuters de uma crise no Estado de Rakhine, no leste do país, onde acredita-se que 655 mil muçulmanos rohingya fugiram de uma repressão militar que ocorreu após ataques militantes contra forças da segurança.
Os dois devem se apresentar em tribunal na quarta-feira, no que será a segunda vez que se apresentam e o procurador pode pedir que as acusações sejam arquivadas.
Doze repórteres da capital de Mianmar, Naypyitaw, disseram ter feito o pedido ao Ministério do Interior por mais informações sobre o caso em concordância com a lei de mídia.
“O governo não deu uma explicação suficientemente adequada ao país”, disse à Reuters Nyan Hlaing Lynn, chefe de redação da revista Frontier Myanmar.
Em outubro, o governo de Mianmar já havia detido dois jornalistas de uma emissora turca e sua equipe por soltarem um drone perto do Parlamento do país.
O cinegrafista Lau Hon Meng, de Cingapura, o repórter Mok Choy Lin, da Malásia, e o jornalista local Aung Naing Soe, que atuava como intérprete para a dupla, além do motorista Hla Tin, foram soltos no início de novembro de uma prisão em Yamethin, próxima da capital Naypyitaw.