Julgamento de impeachment de Trump começa com conflito
Um porta-voz do líder republicano no Senado disse que mudanças foram feitas hoje (21) após um almoço com senadores republicanos
Internacional|Do R7
O julgamento do processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou no Senado efetivamente nesta terça-feira (21) com ataques de seu principal defensor legal, que afirma que não há base para o processo, e um importante parlamentar democrata descrevendo evidências relevantes de irregularidades cometidas pelo republicano.
Trump, que teve o impeachment aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, por acusações de abuso do poder e obstrução do Congresso, diz que não fez nada de errado e descreve seu impeachment como uma farsa partidária para impedir sua reeleição em 2020.
Com câmeras de TV ao redor, o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, deu início aos procedimentos e os dois lados começaram a brigar por conta das regras propostas pelo líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, para o julgamento.
O advogado da Casa Branca Pat Cipollone, que lidera a defesa de Trump, atacou as bases das acusações dos democratas contra o presidente republicano, dizendo que elas não chegam perto dos requisitos da Constituição dos Estados Unidos para o impeachment.
"A única conclusão será que o presidente não fez absolutamente nada de errado", disse Cipollone enquanto argumentava a favor da proposta de McConnell para decidir se serão permitidas testemunhas e documentos adicionais posteriormente no julgamento.
"Não há absolutamente um caso", disse.
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Já o deputado democrata Adam Schiff, que ajudou a encabeçar o inquérito de impeachment, resumiu as acusações contra Trump e disse que o presidente republicano havia cometido uma combinação de irregularidades constitucionais que justificam o impeachment.
Schiff disse que embora as evidências contra Trump sejam "já esmagadoras", mais depoimentos de testemunhas eram necessários para mostrar o escopo total das irregularidades cometidas pelo presidente e por sua equipe.
Os democratas querem que autoridades e ex-funcionários do governo Trump, incluindo o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton, testemunhem no julgamento.
McConnell divulgou um plano na segunda-feira (20) para um julgamento potencialmente rápido, sem novos depoimentos ou evidências. Isso daria aos promotores democratas da Câmara e aos advogados de Trump 48 horas, divididas igualmente, para apresentar seus argumentos ao longo de quatro dias.
O plano foi agora mudado para dar a cada um dos lados três dias de argumentos de abertura divididos em dois períodos de 24 horas cada.
As regras também permitirão que o relatório da investigação da Câmara sobre o impeachment sirva como evidência no processo, como foi exigido pelos democratas.
Um porta-voz de McConnell disse que as mudanças foram feitas hoje após um almoço a portas fechadas com senadores republicanos
Com uma maioria de dois terços necessária no Senado de 100 membros para destituir Trump do cargo, é quase certo que ele seja absolvido pelos correligionários republicanos na Casa.
Mas não está claro o impacto do julgamento em sua candidatura à reeleição.
De acordo com uma pesquisa de opinião da Reuters/Ipsos realizada de 13 a 14 de janeiro, 39% dos adultos norte-americanos aprovam o desempenho de Trump no cargo, enquanto 56% desaprovam. A sondagem também mostrou que 45% dos entrevistados disseram que Trump deveria ser destituído do cargo, enquanto 31% disseram que as acusações de impeachment deveriam ser rejeitadas.