Julgamento de Sarkozy é adiado devido ao estado de saúde de corréu
Ex-presidente da França é acusado de corrupção e tráfico de influência e pode pegar até 10 anos de prisão e multa de 643 mil reais
Internacional|Da EFE
O julgamento do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy foi adiado, poucos minutos após ter sido iniciado nesta segunda-feira (23), a pedido dos advogados de um dos acusados, o juiz Gilbert Azibert, devido ao estado de saúde do cliente.
A presidente do tribunal solicitou um exame médico do acusado, que deverá ser entregue antes da próxima quinta-feira, quando o julgamento será retomado.
Após confirmar a identidade dos acusados e das testemunhas previstos pela acusação e pela defesa, a presidente do tribunal adiou o julgamento no qual Sarkozy encara penas de até dez anos de prisão e 100 mil euros de multa, cerca de 643 mil reais.
Com semblante sério e o rosto coberto por uma máscara para cumprir as normas de proteção contra o novo coronavírus, Sarkozy chegou ao Palácio de Justiça por uma porta secundária, de modo a evitar passar pela imprensa.
As acusações
Aos 65 anos, o homem que governou a França de 2007 a 2012 deve responder a acusações de corrupção e tráfico de influência supostamente cometidos em 2014, ao tentar obter favores de um juiz em outra investigação.
Leia também
O caso foi revelado por escutas telefônicas ordenadas pela justiça. Sarkozy teve o telefone grampeado por supostamente financiar ilegalmente a campanha presidencial de 2007 com dinheiro do regime do ditador líbio Muamar Kadafi.
Neste contexto, os investigadores interceptaram uma conversa entre Sarkozy e seu advogado na qual o político se mostrava disposto a ajudar na ascensão de um juiz em troca de ajuda em outra investigação, a de financiamento de sua campanha de 2007 com dinheiro da herdeira da L'Oréal Liliane Bettencourt.
Desses dois casos, surgiu o terceiro, que se tornou o primeiro a colocar o ex-mandatário no banco dos réus.