Justiça descarta 'origem criminosa' no incêndio de Notre Dame
Falha no sistema elétrico ou consequência de um cigarro mal apagado são duas das hipóteses estudadas para desvendar o que causou o incêndio
Internacional|Da EFE
A Justiça da França descartou nesta quarta-feira (26) uma possível origem criminosa do incêndio da catedral de Notre Dame de Paris em abril deste ano, no fechamento da investigação preliminar realizada pelo Ministério Público.
A possibilidade de que o incêndio tenha se devido a uma falha no sistema elétrico ou que tenha iniciado como consequência de um cigarro mal apagado são duas das hipóteses estudadas, sem que por enquanto seja possível se focar mais sobre qualquer uma delas.
A Promotoria do Tribunal de Grande Instância de París indicou em comunicado que, embora as investigações tenham colocado em evidência "certos erros", estas não permitiram determinar as causas do incêndio do último dia 15 de abril.
Os investigadores efetuaram uma centena de interrogatórios com testemunhas e fizeram "várias constatações", e a partir de agora deverão ser realizadas "investigações mais profundas", acrescentou a nota.
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Estas novas averiguações serão realizadas no marco da investigação judicial aberta por "degradações involuntárias em um incêndio por violação manifestamente deliberada das obrigações de prudência ou segurança imposta pela lei ou o regulamento".
A investigação está a cargo três juízes relatores e está aberta contra "X", fórmula que na legislação francesa designa um suposto culpado cuja identidade é desconhecida.
O jornal semanal Le Canard Enchaîné revelou em abril que a polícia francesa encontrou sete bitucas de cigarro nos andaimes de restauração onde começou o incêndio que devastou parte do teto da catedral.
Alguns operários que trabalhavam na restauração da agulha do templo reconheceram aos investigadores que, em descumprimento das medidas de segurança, fumavam nos andaimes.
O jornal também divulgou irregularidades na instalação elétrica, concretamente no cabo que alimentava um jogo de sinos que encontrava-se na agulha e outro sob a mesma, e que percorria o vigado de madeira da catedral.
O ministro da Cultura francês, Franck Riester, disse em meados de junho que Notre Dame está ainda em situação frágil, especialmente na abóbada que ainda não foi assegurada e poderia desabar.