Khamenei diz que complô contra Guarda do Irã se voltará contra EUA
Líder iraniano diz que decisão de Trump de designar tropa de elite como terrorista não conseguirá limitar o poder da República Islâmica
Internacional|Da EFE
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse nesta terça-feira (9) que a decisão dos Estados Unidos de designar como grupo terrorista a Guarda Revolucionária terá "um resultado indesejado" para Washington e não conseguirá limitar o poder da República Islâmica.
"As tentativas hostis dos EUA contra a Guarda Revolucionária e contra o Irã não chegarão a lugar algum e terão um resultado indesejado", ressaltou o líder iraniano em reunião com soldados desta corporação de elite e suas famílias.
'Inimigos ignorantes'
Khamenei destacou que a Guarda Revolucionária está "na linha de frente da luta contra os inimigos" da Revolução Islâmica e que "sempre defendeu o país", segundo um comunicado oficial.
"Os EUA e outros inimigos ignorantes fizeram tudo o que puderam contra a República Islâmica do Irã, mas não conseguiram nada. Hoje, a Revolução e o sistema islâmico são poderosos na região e no mundo", garantiu o aiatolá.
Horas antes, o presidente iraniano, Hassan Rohani, defendeu que a Guarda sempre teve "um papel de liderança" na luta contra o terrorismo e garantiu que sua popularidade no Irã vai aumentar após a decisão dos Estados Unidos.
Organização militar mais poderosa do Irã
O presidente americano, Donald Trump, designou ontem a Guarda Revolucionária como grupo terrorista, o que provocou a reação do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, que também classificou como terroristas as tropas americanas alocadas no Oriente Médio.
Segundo o comunicado do Conselho Supremo de Segurança Nacional, o Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM) encarregado das operações militares no Oriente Médio e todas suas forças filiadas são consideradas terroristas. Além disso, o órgão reconheceu o governo americano como "patrocinador do terrorismo".
A Guarda Revolucionária, criada depois do triunfo da Revolução Islâmica de 1979 para proteger ao sistema teocrático xiita, é a organização militar mais poderosa do Irã e tem grande influência política e econômica no país.
Sua influência também é grande no Oriente Médio, já que esta corporação de elite enviou nos últimos anos assessores militares à Síria e ao Iraque para ajudá-los na luta contra o terrorismo, além de apoiar diversas milícias xiitas, como o grupo libanês Hezbollah.