Kiev confirma uso do ‘Flamingo’; conheça o míssil de longo alcance ucraniano
Arma pode atingir Moscou e redefine capacidade estratégica da Ucrânia na guerra contra a Rússia
Internacional|Do R7
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A Ucrânia confirmou oficialmente, nesta quinta-feira (13), o uso do míssil de longo alcance Flamingo, uma das peças centrais de sua nova geração de armamentos domésticos. A admissão ocorre após uma série de ataques coordenados contra alvos militares na Crimeia ocupada, na região de Zaporizhzhia e em território russo, incluindo a cidade de Oryol, que registrou múltiplas explosões e queda de destroços luminosos durante a madrugada.
O Flamingo, revelado publicamente em agosto de 2025, é descrito por autoridades ucranianas como o míssil mais avançado já produzido no país. Com alcance declarado de aproximadamente 3.000 quilômetros, ele é capaz de atingir Moscou, além de regiões profundas da Rússia europeia e até áreas da Sibéria Ocidental. O armamento leva uma ogiva de cerca de 1.150 kg.
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A divulgação de vídeos feitos durante a noite, mostrando o lançamento de enormes projéteis iluminando o céu, reforçou a percepção de que Kiev intensifica sua capacidade de ataques estratégicos. As imagens, também compartilhadas por canais ucranianos, mostram os mísseis partindo em direção ao norte acompanhados de um rastro alaranjado. Segundo militares, o Flamingo foi empregado em conjunto com outros sistemas de ataque de longo alcance, como os mísseis Bars e drones Liutyi.
Entre os alvos atingidos na Crimeia, o Estado-Maior ucraniano listou o terminal de armazenamento de petróleo Morskoy Neftyanoy, hangares de helicópteros, depósitos e instalações de preparação de drones no aeródromo de Kirovske, além de um radar de defesa aérea perto de Yevpatoria. Em Zaporizhzhia, as ações miraram postos de comando avançado de unidades russas e um depósito de combustível próximo a Berdyansk.
O ataque também alcançou território russo. Em Oryol, fragmentos em chamas cruzaram áreas residenciais após o acionamento de sistemas de defesa aérea locais. Testemunhas relataram explosões fortes, queda de destroços sobre carros e pequenos incêndios próximos a prédios. A administração regional emitiu alertas e orientou moradores a permanecerem longe de janelas ou buscar abrigos externos. Não há confirmação de vítimas.
O desenvolvimento e a produção seriada do Flamingo ocorrem dentro da Ucrânia, sob sigilo militar reforçado pela guerra. O projétil não está sujeito às restrições impostas por países ocidentais sobre o uso de armamentos fornecidos a Kiev, o que ampliou a autonomia de ataque das Forças de Defesa. Além disso, o míssil teria resistência aprimorada a interferências eletrônicas russas, segundo fontes ucranianas.
O desempenho do Flamingo despertou reações em Moscou, onde analistas compararam sua estrutura a antigas aeronaves não tripuladas soviéticas, como o Tu-143 Reys, e a mísseis de cruzeiro históricos como o V-1 alemão. Já o governo ucraniano o classifica como peça essencial para degradar infraestrutura militar e logística russa em profundidade, num contexto de intensificação das operações de longo alcance.
Apesar do sucesso operacional declarado, o míssil é produzido pela empresa Fire Point, investigada pelo Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) por suposto superfaturamento em componentes ou entrega de drones. A companhia reconhece a existência do inquérito, mas nega irregularidades. Com a produção sob confidencialidade de guerra, a transparência sobre custos e fluxos financeiros permanece limitada.
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