Kim Jong-Un desejou 'saúde e felicidades' a sul-coreanos em carta
Presidente norte-coreano disse que entende os esforços do Sul para controlar a pandemia. Moon lamentou falta de cooperação entre os países
Internacional|Da EFE, com R7
O líder norte-coreano Kim Jong-un desejou ao povo sul-coreano "boa saúde e felicidade" em uma carta enviada recentemente ao presidente sul-coreano Moon Jae-in, informou o gabinete presidencial em Seul nesta sexta-feira (25).
Kim escreveu dizendo que pensa muito sobre "o grande fardo" que Moon carrega na luta contra o coronavírus (a Coreia do Norte afirma que ainda não detectou nenhum caso positivo no território) e que entende a "dificuldade, pressão e esforços" do presidente sul-coreano.
"Mais uma vez, desejo sinceramente que os companheiros sul-coreanos possam manter sua boa saúde e felicidade", escreveu Kim, conforme revelado pelo gabinete presidencial.
A carta, datada de 12 de setembro, foi em resposta a uma carta enviada quatro dias antes por Moon, informou o diretor de segurança nacional do escritório presidencial, Suh Hoon, em uma conferência de imprensa.
Em sua carta, Moon observou que ambos os países enfrentam "grandes desafios", do coronavírus aos tufões que atingiram a península no mês passado, e lamentou que os dois vizinhos, que tecnicamente ainda estão em guerra, não possam se ajudar nessas circunstâncias.
Foi o próprio Moon quem ordenou que o conteúdo das cartas fosse tornado público, um dia depois que o exército do sul confirmou que as tropas norte-coreanas mataram um oficial do sul na fronteira marítima entre os dois países.
Além de revelar o conteúdo das cartas, Seul indicou que Kim enviou uma nota se desculpando por este último evento e assegurou que as tropas norte-coreanas aplicaram os protocolos estabelecidos quando é detectada a presença ilegal de alguém em águas norte-coreanas.
Relação fragilizada
O incidente ameaça agravar a tensão na península, onde as relações bilaterais não estão no seu melhor momento.
Desde o fracasso da cúpula de Hanói entre Pyongyang e Washington em fevereiro de 2019, o regime endureceu sua posição com Seul e em junho destruiu o escritório de ligação inter-coreano em seu território em protesto contra a propaganda enviada por ativistas desde o Sul.
Pyongyang também disse na época que considera as linhas de comunicação transfronteiriças cortadas, algo que pelo menos a troca de cartas nega parcialmente.