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Kopi Luwak: café feito com fezes de animal pode valer até R$ 5.300 o quilo

Estudo da Índia revela que a digestão da civeta altera a composição dos grãos, realçando o aroma e sabor da bebida

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Kopi Luwak é um dos cafés mais caros do mundo, custando até R$ 5,3 mil por quilo.
  • A pesquisa da Universidade Central de Kerala mostrou que os grãos retirados das fezes da civeta têm maior tamanho e mais gordura.
  • O processo digestivo das civetas altera a composição química dos grãos, contribuindo para um sabor distinto.
  • A produção do café levanta questões sobre o bem-estar animal e a necessidade de práticas mais sustentáveis e éticas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Uso de fertilizantes nas plantações comuns alteram algumas características da bebida Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pesquisadores da Universidade Central de Kerala, na Índia, estudaram a composição de um dos cafés mais caros do mundo, o Kopi Luwak. A bebida, feita com grãos retirados das fezes da civeta-das-palmeiras-asiática, é conhecida pelo sabor diferenciado e pelo preço, que pode chegar a US$ 1.000 (cerca de R$ 5,3 mil) por quilo.

O estudo publicado na Scientific Reports comparou esses grãos com os colhidos manualmente em fazendas convencionais e orgânicas. Os resultados mostraram que os grãos das fezes da civeta são maiores e têm mais gordura, além de conter compostos que deixam o aroma mais intenso e o sabor mais cremoso.


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Já os níveis de proteína e cafeína são parecidos com os grãos comuns. As mudanças indicam que o processo digestivo natural das civetas, que combina fermentação e ação enzimática, altera a composição química do grão, contribuindo para seu sabor distinto.

Segundo os pesquisadores, fatores externos como o tipo de solo, presença de sombra e a diversidade da natureza ao redor também podem influenciar a qualidade das plantações de café. O estudo mostra que, mesmo que o uso de fertilizantes não mude a composição interna do grão, ele pode interferir na quantidade produzida e em algumas características da bebida.


“A comparação química reforça a noção de que o café de civeta é quimicamente diferente do café produzido convencionalmente de tipos semelhantes, principalmente devido à fermentação. Quimicamente, nossos resultados sugerem que, embora o uso de fertilizantes em fazendas convencionais possa não alterar drasticamente a composição interna do grão, ele pode influenciar o rendimento e regular parâmetros específicos”, diz o estudo.

A produção de café de civeta também gera debates sobre o bem-estar dos animais e a preservação de seus habitats naturais. Com a alta demanda, muitas civetas passaram a viver em cativeiro, substituindo o método tradicional, que coletava grãos de civetas selvagens.


O estudo alerta que é necessário mais pesquisas para investigar os efeitos a longo prazo do consumo do café de civeta, assim como os impactos ambientais, buscando formas de tornar a produção mais ética, sustentável e confiável, sem comprometer a qualidade e o sabor da bebida.

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