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Kremlin afirma que Biden e Zelenski se recusam a 'ouvir a Rússia'

Presidente ucraniano estava em Washington para a primeira viagem internacional dele desde o início da ofensiva russa

Internacional|Do R7

Zelenski estava em Washington para a primeira viagem internacional dele desde o início da ofensiva russa
Zelenski estava em Washington para a primeira viagem internacional dele desde o início da ofensiva russa

O Kremlin afirmou, nesta quinta-feira (22), que a visita do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, aos Estados Unidos mostra que ele não tem intenção de "ouvir a Rússia", enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que deseja o fim do conflito "o quanto antes".

Em sua primeira viagem internacional desde o início do conflito, Zelensky foi tratado como um herói em Washington na quarta-feira, onde se encontrou com o presidente Joe Biden na Casa Branca e fez um discurso aplaudido perante o Congresso.

O chefe de Estado ucraniano também recebeu a promessa de um enorme pacote de ajuda e novas entregas de armas que incluirão, pela primeira vez, o sistema de defesa aérea Patriot.

Para Zelensky, a ajuda americana é indispensável para suas tropas e “um investimento na segurança global e na democracia”.


Por sua parte, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que seu exército encontraria o "antídoto" para evitar esse sistema de defesa.

"Aqueles que nos enfrentam afirmam que se trata de uma arma defensiva. Pois bem, vamos levar isso em conta. Sempre haverá um antídoto. De modo que as pessoas que estão fazendo isso, façam isso em vão. Não tem outra utilidade além de prolongar o conflito", afirmou o presidente russo em declarações a jornalistas.


O líder russo insistiu em que o objetivo de Moscou é terminar com o conflito.

"Vamos nos esforçar para que isso termine. E quanto antes, melhor, é claro", acrescentou.


O porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, criticou horas antes que "nem o presidente Biden, nem o presidente Zelensky disseram nada que pudesse ser visto como uma possível disposição de ouvir as preocupações da Rússia".

Peskov criticou, entre outros, a ausência de "apelos à paz", ou "advertências" dos Estados Unidos a Zelensky contra "o bombardeio contínuo de prédios residenciais em áreas populosas do Donbass". Essa região do leste da Ucrânia é parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia e, com frequência, bombardeada pelas forças ucranianas.

Nenhuma vontade 'significativa'

Após as declarações de Putin, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, garantiu que a Rússia não manifestou "nenhum interesse [em iniciar] uma diplomacia significativa" para encerrar o conflito, que teve início com a ofensiva russa contra a Ucrânia em 24 de fevereiro.

Em seu retorno dos Estados Unidos, o presidente ucraniano teve um encontro nesta quinta com o chefe de Estado polonês, Andrzej Duda, antes de chegar à Ucrânia algumas horas depois.

Nos últimos meses, as tropas russas sofreram vários reveses militares e foram expulsas da região de Kharkiv (nordeste) e da cidade de Kherson (sul).

Desde outubro, Moscou mudou sua estratégia e optou por bombardeios maciços contra a infraestrutura básica ucraniana. A ofensiva privou milhões de pessoas de eletricidade, água e calefação.

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O sistema Patriot dos EUA vai fortalecer "significativamente" a defesa contra esse tipo de ataque, disse Zelensky.

Washington garantiu na quinta-feira que o grupo paramilitar Wagner, presente na Ucrânia, recebeu uma remessa de armas da Coreia do Norte.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, destacou que o Wagner estava "emergindo com um centro de poder rival" para os militares e ministérios russos.

Objetivo: Donetsk

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, foi à frente de batalha para inspecionar as posições russas e as condições de pessoal e de material, informou o seu gabinete, sem especificar o local ou a data.

O chefe do Estado-Maior russo, Valeri Gerasimov, confirmou hoje que o objetivo das forças russas na Ucrânia era tomar o controle da totalidade da província de Donetsk, no leste. Segundo ele, há uma "estabilização" da linha de frente, de aproximadamente 815 km de extensão.

No terreno, combates e bombardeios continuam nesta quinta-feira. Ontem, pelo menos uma pessoa morreu e outras 14 ficaram feridas em todo país, segundo a Presidência ucraniana.

Do lado russo, o ex-chefe da agência espacial Roscosmos Dmitry Rogozin informou ter sido ferido em um ataque ucraniano contra um hotel na região de Donetsk.

O comitê investigativo russo disse que este ataque foi "provavelmente" realizado com uma arma de artilharia César francesa, enviada por Paris a Kiev.

E na região sul de Kherson, a autoridade de uma cidade ucraniana controlada pela Rússia foi morta em um ataque a bomba realizado por "terroristas ucranianos", segundo o governo imposto por Moscou.

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