Líder rebelde da RDC se entrega com 100 crianças-soldado

Milícia que aterrorizava a província de Kaisai Central, na República Democrática do Congo, se entrega para permitir processo de paz na região

29/05/2019 - 16h32 (Atualizado em 21/02/2024 - 11h36)

Simon Mbawu Nkanka, um dos líderes mais temidos da milícia rebelde Kamuina Nsapu, se entregou nesta quarta-feira às autoridades da República Democrática do Congo (RDC) acompanhado de seus milicianos, incluindo 100 crianças-soldado.

Nkanka se entregou na frente do governo de Kasai Central, onde deixou uma arma como sinal de abandono da violência, confirmou à Agência Efe por telefone o governador dessa província, Dieudonné Piem Tutokot.

"Estamos muito felizes com este gesto. Simon participará agora da reconstrução da província. Isto é encorajador e estamos pedindo a todas as demais milícias que façam o mesmo", afirmou Tutokot, após a cerimônia de reintegração dos milicianos.

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Entre eles, disse o governador, estão meninos e meninas com idades entre 9 e 15 anos que "pegaram em armas de guerra e lutaram junto a seu líder" e que agora receberão tratamentos social e psicológico antes de reencontrarem as famílias.

Os líderes desta milícia prometeram se render ao exército se o atual presidente da República Democrática do Congo, Felix Tshisekedi, nascido na região central de Kasai, se tornasse chefe de Estado, como aconteceu após ganhar as eleições de 30 de dezembro.

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Kasai estava há anos imersa em um clima de violência, com a presença da milícia Kamuina Nsapu, causadora de centenas de mortes. A milícia, criada em 2016 para enfrentar às forças leais ao governo federal, foi acusada por especialistas internacionais de recrutar de forma forçada meninos e meninas.

Conheça abaixo as fortunas dos ditadores africanos

Teodoro Obiang é um ditador africano que governa a Guiné Equatorial com punhos de ferro e que supostamente esfola seus inimigos vivos e come os testículos e fígados de opositores

O restante do dinheiro, em dólares e reais, deve ser encaminhado para o Banco Central brasileiro, que também faz parte do procedimento neste tipo de apreensões

Mas também é comum, conforme constatam levantamentos de vários órgãos de credibilidade internacional, que os ditadores destes países miseráveis acumulem fortunas imensas, muito em função de deterem o controle de praticamente toda a Economia local, beneficiados pela precariedade que em geral prevalece nas instituições destas nações

A maioria deles permanece, ou permaneceu, por anos (ou décadas) no poder, por meio de golpes ou eleições manipuladas pelos governos. Veja alguns casos de ditadores que tiveram suas fortunas descobertas e apresentadas por organismos internacionais

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo (Guiné Equatorial)
No poder desde 1979, ele acumula uma série de acusações de autoritarismo. Segundo a revista Forbes ele tem uma fortuna avaliada em cerca de US$ 600 milhões (quase R$ 2,5 bilhões)

Omar Bongo Odimba (Gabão)
A Justiça francesa investiga os bens de Odimba que, segundo a organização Survey, tem 39 imóveis em região nobre de Paris, entre outros bens. Ele também é colecionador de uma frota de veículos cujo valor chega a mais de 1,4 milhão de euros (R$ 6.75 milhões)

Robert Mugabe (ex-presidente do Zimbábue)
O ex-presidente do Zimbábue permaneceu quase 30 anos no poder até renunciar em 21 de novembro de 2017. Nem mesmo a pressão pela sua saída, porém, o impediu de manter boa parte dos privilégios e recursos que adquiriu ao longo de seu governo ditatorial. A WikiLeaks, divulgou informação de um diplomata americano que, em 2001, teria constatado que Mugabe (foto), dono da mineradora Zimbabwe Consolidated Diamond Co.,tinha cerca de US$ 1,75 bilhão (R$ 7,23 bilhões) em ativos, investidos principalmente fora do país

Hosni Mubarak (Egito)
O ex ditador egípcio Hosni Mubarak foi deposto em 201, depois de se manter por 30 anos no poder. A fortuna acumulada no período foi um dos motivos da indignação do povo do Egito, que se mobilizou na famosa Primavera Árabe. Dois anos depois, em 2013, investigadores do país apontaram que o patrimônio de Mubarak valia US$ 1,2 bilhão, o que hoje equivaleria a R$ 5 bilhões.

Zine al Abidine Ben Ali (Tunísia)
O ex-ditador da Tunísia Zine al Abidine Ben Ali era dono de uma fortuna bilionária quando, assim como Mubarak no Egito, também foi deposto na Primavera Árabe em 2011. Ele governou o país de 1987 a 2011 e ao sair do poder tinha uma fortuna que foi avaliada pela Associação Tunisiana para Transparência Financeira em US$ 11 bilhões, , o que hoje equivaleria a R$ 45 bilhões

Denis Sassou Nguesso (República do Congo)
Investigação da Justiça francesa analisa supostos desvios de fundos estatais no governo de Nguesso, que desde que assumiu o poder acumulou uma fortuna tida como colossal. Segundo a Transparência Internacional, ele é titular de 112 contas bancárias e detém em seu poder pelo menos metade da economia do país

Joseph Kabila - RDC (República Democrática do Congo)
Somente no exterior, a família de Kabila, que assumiu o poder em 26 de janeiro de 2001 após o assassinato de seu pai, Laurent-Désiré Kabila, tem pelo menos US$ 10 milhões (R$ 41,3 milhões) investidos em outros países, segundo informe do Congo Research Group, com a Universidade de Nova York. Entre os bens estão títulos de terra e documentos de aquisição de propriedades

Uhuru Kenyatta (Quênia)
Segundo a Forbes, o patrimônio líquido do atual presidente do Quênia é de cerca de US$ 500 milhões (R$ 2 bilhões), principalmente em propriedades. Também possui hotéis, banco comercial, empresa de laticínios e milhares de terrenos valorizados. Uhuru é filho de Jomo Kenyatta, primeiro presidente do Quênia (1964-1978) e está no poder desde abril de 2013

Paul Biya (Camarões)
No poder desde 6 de novembro de 1982, ano em que Camarões disputou sua primeira Copa do Mundo de futebol, a ForeignPolicy.com estima que Biya tenha um patrimônio líquido de aproximadamente US$ 200 milhões (R$ 826 milhões)

Idriss Deby Itno (Chade)
O Chade se tornou produtor de petróleo em 2003. Mas segundo a ONU, é um dos cinco países mais pobres do mundo, com 70% da população analfabeta. Seu presidente, porém, acumula uma fortuna de mais de 46 milhões de euros, segundo a revista People With Money, quantia que levantou apenas entre julho de 2015 e de 2016, em seus negócios

Rei Mswati III ( eSwatini - ex-Suazilândia)
Segundo a revista Forbes, ele é considerado um dos reis mais ricos do mundo e tem uma fortuna de pelo menos 100 milhões de dólares. É criticado por sua ostentação. A Associated Press informou que, na festa dos 40 anos do monarca, foram gastos cerca de 2,5 milhões de dólares, em um país no qual quase 70%% da população vive abaixo da linha da pobreza

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