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Livro de oficial de alto escalão dá detalhes chocantes de programa secreto de óvnis do Pentágono

Luis Elizondo foi o mais bem informado investigador de óvnis do governo dos EUA e conta que recebeu até visitas de ‘orbes verdes’

Internacional|Ralph Blumenthal e Leslie Kean, do The New York Times


Luis Elizondo foi chefe de programa altamente secreto de investigações de óvnis do Pentágono Michael A. McCoy/The New York Times - 14.08.2024

Luis Elizondo ganhou destaque em manchetes em 2017, quando renunciou ao cargo de oficial sênior de inteligência responsável por um enigmático programa do Pentágono que investigava óvnis, denunciando publicamente o excesso de sigilo, a falta de recursos e a oposição interna que, segundo ele, impediam esses esforços.

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As revelações de Elizondo repercutiram significativamente. Foram reforçadas por vídeos impressionantes e testemunhos de pilotos da Marinha, que encontraram fenômenos aéreos inexplicáveis, e levaram a investigações no Congresso, à criação de leis e a uma audiência na Câmara dos Representantes, em 2023, na qual um ex-funcionário do serviço de inteligência dos Estados Unidos declarou que o governo federal havia recuperado objetos de origem não humana que caíram na Terra.

Atualmente, Elizondo, com 52 anos, foi ainda mais longe em um novo relato autobiográfico. No livro, ele afirmou que um programa de recuperação de óvnis caídos, que existe há décadas, vem operando como um grupo supersecreto formado por oficiais do governo que trabalham em conjunto com empresas relacionadas à defesa e ao setor aeroespacial. E que, ao longo dos anos, foram recuperadas tecnologias e restos biológicos de origem não humana desses acidentes. “A humanidade, de fato, não é a única vida inteligente do universo, nem a espécie alfa”, escreveu ele.

O livro, Imminent: Inside the Pentagon’s Hunt for UFOs (Iminente: por dentro da caça aos óvnis do Pentágono, em tradução livre), foi publicado pela HarperCollins em 20 de agosto, depois de um ano de revisões de segurança por parte do Pentágono. Essa autorização não representa um endosso. O “The New York Times” obteve uma cópia antecipada do livro sob embargo.


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O programa do Pentágono, que atualmente se ocupa dos avistamentos de óvnis – ou “fenômenos anômalos não identificados” (UAP, sigla em inglês), como são chamados agora –, “continua sua revisão do registro histórico dos programas sobre UAP do governo dos Estados Unidos. Até o momento, não foi descoberta nenhuma informação verificável que corrobore as alegações de que existiram no passado ou existam atualmente programas relativos à posse ou à engenharia reversa de materiais extraterrestres”, disse Sue Gough, porta-voz do Departamento de Defesa.

Elizondo foi, durante anos, um oficial de inteligência militar de alto escalão e dirigiu programas altamente secretos, tanto para a Casa Branca quanto para o Conselho de Segurança Nacional. Em 2009, foi recrutado para o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, que investigava relatos sobre óvnis.


Investigações assustadoras

Em Imminent: Inside the Pentagon’s Hunt for UFOs, Elizondo descreve sua luta dentro do programa para investigar os fenômenos e o esforço que fez, desde sua renúncia, em 2017, para impulsionar uma transparência maior sobre o que se sabe oficialmente a respeito dos UAPs. Também escreveu sobre encontros pessoais com UAPs: orbes verdes que, segundo ele, visitaram sua casa na época em que trabalhava para o Departamento de Defesa.

No livro, Elizondo expressa preocupação com o perigo potencial para a humanidade representado pela existência de uma tecnologia que, segundo ele, supera em muito o que os Estados Unidos ou outros países têm ou podem explicar: “As naves e a inteligência não humana que as controla apresentam, na melhor das hipóteses, um grave problema de segurança nacional, e, na pior, a possibilidade de uma ameaça existencial para a humanidade.”


No prefácio do livro, Christopher Mellon, ex-subsecretário adjunto de defesa para inteligência, escreveu: “Sem Elizondo, o governo dos Estados Unidos continuaria negando a existência dos UAPs e não investigaria um fenômeno que poderia muito bem ser a maior descoberta da história da humanidade.”

O programa dirigido por Elizondo investigou avistamentos, quase colisões e outros encontros entre UAPs e aviões da Marinha. Também coletou dados de incidentes relacionados a operações militares e de inteligência, incluindo imagens de manobras extraordinárias de naves que foram captadas repetidamente por sensores sofisticados. Contou que, dentro do programa, soube que veículos que mostravam “tecnologia além da próxima geração” foram observados desde a década de 1940. No início da década de 1950, quando os óvnis se tornaram uma preocupação de segurança nacional durante a Guerra Fria, um sigilo rigoroso foi imposto. “Quem controlasse essa tecnologia poderia controlar o mundo”, escreveu Elizondo.

Grande parte das informações coletadas pelo programa permanece confidencial, mas dois vídeos não confidenciais da Marinha sobre UAPs foram autorizados para divulgação pública a pedido de Elizondo e publicados pelo “The New York Times” quando este revelou a existência da unidade secreta de óvnis do Pentágono, em dezembro de 2017.

Em entrevista, Elizondo declarou que tem conhecimento em primeira mão do que está falando, mas que suas autorizações de segurança o impedem de revelar a fonte da informação. Conseguiu a aprovação do Pentágono para publicar seu livro, em parte, atribuindo algumas informações a outras fontes cujos comentários já haviam sido aprovados. Também afirmou que não está autorizado a falar de sua participação em outros projetos secretos além do programa que dirigiu na época.

Oficial de inteligência

Sem nenhum interesse anterior em óvnis, Elizondo cresceu na Flórida, filho de mãe americana e pai cubano que lutou ao lado de Fidel Castro antes de romper com ele e se juntar à invasão da Baía dos Porcos, em 1961. Seu pai o ensinou a atirar, dirigir motocicleta e pilotar avião; foi para a universidade e se alistou no exército. Serviu no Afeganistão e também liderou missões antiterroristas contra o Estado Islâmico, a Al-Qaeda e o Hezbollah, e mais tarde dirigiu programas secretos na base naval e na prisão de Guantánamo.

Em 2007, a Agência de Inteligência de Defesa lançou o Programa de Aplicações de Sistemas Avançados de Armas Aeroespaciais, relacionado a óvnis, financiado com US$ 22 milhões que foram ocultados em um orçamento não declarado garantido por Harry Reid, que na época era o líder da maioria no Senado. Em 2009, Elizondo se tornou o oficial de maior escalão a liderar o sucessor dessa iniciativa, o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais (Aatip, sigla em inglês), ao lado de James Lacatski, cientista de foguetes da Agência de Inteligência de Defesa, e de Jay Stratton, funcionário de inteligência do Comando Estratégico dos Estados Unidos, que fizeram parte do programa precursor.

Frustrado com a oposição interna e com a falta de recursos para enfrentar o que considerava uma ameaça grave à segurança nacional, Elizondo renunciou e decidiu expor suas preocupações à comunidade de inteligência em geral, ao Congresso e ao público. “Ainda há uma necessidade vital de descobrir a capacidade e a intenção desses fenômenos em benefício das forças armadas e da nação”, escreveu ele a James Mattis, então secretário de Defesa, em sua carta de renúncia datada de quatro de outubro de 2017.

Depois da saída de Elizondo, o programa se tornou a Força-Tarefa UAP. Em 2022, transformou-se novamente em algo mais visível, o Escritório de Resolução de Anomalias de Todo o Domínio (Aaro, em inglês), encarregado pelo Congresso de estudar os relatos de UAPs e de divulgar informações ao público.

Elizondo disse que se reuniu com o diretor do Aaro e sua equipe durante três horas em uma instalação segura em dois de fevereiro de 2023 e que lhes forneceu informações classificadas sobre a história do programa de recuperação de acidentes.

Elizondo continua com as mais altas autorizações de segurança e atua como consultor para o governo. No livro, cita Harold E. Puthoff, cientista veterano com autorização de segurança máxima, que fez parte do programa de óvnis de Elizondo. Físico e engenheiro com doutorado pela Universidade Stanford, Puthoff trabalhou como cientista-chefe em projetos altamente classificados para o governo durante 50 anos, com frequência se reportando diretamente ao chefe da CIA e a assessores da Casa Branca. “Elizondo nos forneceu informações que parecem ser de primeira mão e não tenho motivos para descartá-las. Certamente, ele tinha autorizações para obter informações primárias”, declarou Puthoff em entrevista.

Em seu relato autobiográfico sobre encontros pessoais com UAPs, Elizondo também escreveu sobre orbes verdes brilhantes do tamanho de uma bola de basquete que invadiram sua casa intermitentemente durante mais de sete anos. Os objetos eram capazes de atravessar paredes e se comportavam como se estivessem sob controle inteligente, escreveu ele. Sua esposa, suas duas filhas e seus vizinhos também testemunharam os orbes.

“Nossos ‘amigos de fora’ não parecem ser benevolentes. Talvez sejam neutros. Ou podem ser uma ameaça à humanidade. Não podemos mais fechar os olhos para isso. Sabemos que não estamos sozinhos”, escreve Elizondo.

c. 2024 The New York Times Company

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