Liz Truss se torna a nova primeira-ministra do Reino Unido
Então ministra das Relações Exteriores venceu a eleição interna do Partido Conservador contra o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak
Internacional|Do R7, com AFP
A então ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, foi anunciada como a nova primeira-ministra do país pelo Partido Conservador, nesta segunda-feira (5). Ao vencer a eleição contra o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, ela se torna a terceira primeira-ministra britânica, depois da também conservadora Margaret Thatcher (1979-1990) e de Theresa May (2016-2019).
A participação foi de 82,6% dos mais de 170 mil membros do Partido Conservador. Truss ganhou a eleição com 81.326 votos, 57% do total.
"É uma honra ser eleita a chefe do Partido Conservador", disse Truss, após o resultado. Ela ainda disse que vai "entregar o que os conservadores prometeram ao país". (...) Durante esta campanha de liderança, fiz campanha como uma conservadora e governarei como uma conservadora", ressaltou, antes de dizer que vai reduzir os impostos e priorizar o crescimento econômico.
Os 170 mil membros do Partido Conservador votaram para escolher o primeiro-ministro de uma população de mais de 67 milhões. A corrida pela liderança começou em julho, quando o então polêmico primeiro-ministro Boris Johnson foi pressionado por seu partido a renunciar.
A votação por correio e online foi encerrada na última sexta-feira (2), após oito semanas de campanha que Truss descreveu à BBC como "a mais longa entrevista de emprego da história".
O próximo primeiro-ministro enfrentará "a pior entrada para um novo primeiro-ministro desde Thatcher", segundo o jornal Sunday Times.
O país está sentindo os efeitos da inflação de 10%, seu nível mais alto em 40 anos, alimentada pela alta nos preços da energia induzida pela invasão russa da Ucrânia e pelo uso do gás como arma política.
Uma inflação que durante o verão deu origem a inúmeras greves e promete um outono marcado por protestos. As contas de energia doméstica aumentarão 80% a partir de outubro, e milhões de famílias enfrentam um dilema doloroso entre comer e aquecer suas casas neste inverno.
Durante sua campanha, Truss prometeu "agir imediatamente na questão das contas de energia e suprimentos". De acordo com vários meios de comunicação britânicos, ela está contemplando um congelamento dos preços de energia.