Resumindo a Notícia
- Benefício do governo do Reino Unido para ex-premiês pode chegar a até 115 mil libras
- Liz Truss, que ficou 44 dias no cargo, tem direito a receber o valor
- Pensão tem caráter vitalício, e foi criada para ajudar os políticos a 'cumprir deveres públicos'
- Líder da oposição pede a Truss que recuse o benefício
Liz Truss renunciou ao cargo após plano fiscal apresentado por ela fracassar
Daniel Leal / AFPLiz Truss entrou nos anais da história por se tornar a primeira-ministra com menos tempo à frente do Reino Unido, ao ficar apenas 44 dias no cargo, até renunciar, na última quinta-feira (20).
Mesmo ficando seis semanas no cargo, Truss terá o direito de receber uma vantajosa pensão estabelecida pelo governo do Reino Unido para ex-premiês, que pode chegar a até 115 mil libras ao ano (cerca de R$ 700 mil, na conversão de valores).
O "teto" é o mesmo para antecessores que ficaram muito mais tempo no poder, como Tony Blair, primeiro-ministro entre 1997 e 2007, David Cameron, premiê entre 2010 e 2016, e Theresa May, no cargo entre 2016 e 2019. Todos os políticos listados acima reivindicaram o benefício.
Até o momento, não há informações públicas se Liz Truss vai aceitar o benefício, anunciado inicialmente em 1991, pelo então primeiro-ministro britânico John Major.
Alguns internautas, ao comentar a notícia do possível salário que a política poderia vir a receber, foram irônicos ao dizer que se tratava do melhor investimento da história. Outros criticaram a ideia de políticos receberem pensão, e outra parte disse entender, já que ela investiu por anos na carreira pública até chegar ao cargo, ainda que tenha ficado pouquíssimo tempo.
O Public Duty Costs Allowance (PDCA), (Orientação de Subsídio de Custo de Serviço Público, na tradução) foi criado para auxiliar ex-primeiros-ministros que ainda estavam ativos na vida pública.
Segundo comunicado do governo britânico, os “pagamentos são feitos apenas para cobrir o custo real de continuar a cumprir os deveres públicos”, e não para apoiar funções no setor privado ou parlamentar.
Ainda segundo o regulamento, ex-premiês não podem reivindicar o benefício caso no momento estejam servindo como líder de oposição no Parlamento. Caso esse primeiro-ministro assuma um cargo público e já receba o bônus, o valor subsidiado é revisto.
Pelas regras do PDCA, após a morte de um premiê, o salário continua a ser pago por mais três meses aos funcionários do requerente.
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, que faz oposição ao atual governo, pediu a Truss que recuse o benefício. “Eu acredito que é a coisa certa a fazer. Ela ficou 44 dias no cargo, ela não tem direito a isso, ela deveria recusar e não aceitar”, afirmou o político em entrevista ao iTV News.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Daniel Pinheiro