Lukashenko diz que decidirá com Putin amanhã a retirada de tropas russas de Belarus
Moscou pretende realizar exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia até o dia 20 de fevereiro
Internacional|Do R7
O presidente de Belarus, Alexandr Lukashenko, afirmou nesta quinta-feira (17) que decidirá amanhã, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a retirada de militares russos que participam de exercícios no território bielorrusso, inclusive ao sul, na fronteira com a Ucrânia.
"Como decidirmos amanhã, assim será", garantiu o chefe de governo durante inspeção das manobras realizadas entre os dois países no campo de treino de Osipovichi, localizado ao sul de Minsk, de acordo com informações da agência pública de notícias de Belarus, a Belta.
Segundo Lukashenko, "quando for tomada a decisão, as tropas se retirarão em 24 horas".
"Se tomarmos a decisão de que seja um mês, será um mês. As Forças Armadas estarão todo o tempo que for necessário. Esta é nossa terra, nosso território", disse o presidente bielorrusso.
Os exercícios militares conjuntos entre Rússia e Belarus estão previstos para acontecer até o próximo domingo (20).
O Kremlin confirmou ontem que a reunião entre os dois presidentes acontecerá amanhã, em Moscou, e que, posteriormente, eles fariam uma declaração conjunta.
Hoje, Lukashenko disse que não há necessidade da criação de bases militares russas em Belarus, mas que seria pedido a Moscou a criação de um centro de treinamento para o desenvolvimento de mísseis de curto alcance Iskander.
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O presidente bielorrusso, além disso, considerou que os americanos têm uma inteligência inútil, diante da previsão da possibilidade de um ataque iminente contra a Ucrânia em datas que não se confirmaram.
Lukashenko, ainda segundo a Belta, garantiu que a guerra na região do Donbass, entre o Exército ucraniano e os separatistas pró-russos, apoiados por Moscou, já teria acabado se o governo da Ucrânia assim dirigisse.
Tanto Rússia como Belarus indicaram que as tropas retornarão às bases permanentes assim que forem encerrados os exercícios na região.
Os dois países se negaram a dar explicações às nações que integram a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), como parte do Documento de Viena, que busca dar transparência ao movimento de tropas, porque alegam que os exercícios não têm alcance para ser notificados.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que 30 mil militares, caças, mísseis Iskander e sistemas de defesa aérea S-400 participam das manobras, que classificou como a maior mobilização em Belarus desde a Guerra Fria.