Favorito na corrida a presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei disse que não vai conversar com “comunistas”, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o chefe de Estado do Chile, Gabriel Boric. Em entrevista publicada nesta quinta-feira (14) à revista inglesa The Economist, Milei disse que “tem dúvidas sobre o sistema [eleitoral] usado no Brasil” e que Lula tem “uma vocação totalitária muito mais marcada”. “Ele [Lula] não é apenas um socialista. Ele é alguém que tem uma vocação totalitária”, afirmou. Milei disse ainda que os ataques de 8 de janeiro deste ano em Brasília foram orquestrados pelo atual governo. “O que aconteceu no Brasil mostrou ter sido armado pelo próprio governo brasileiro, o pessoal do próprio Lula”, disse o candidato. Ele acrescentou que as pessoas não estão a par disso porque a verdade “está sendo censurada” no Brasil. Por outro lado, o argentino disse que respeita “as instituições de cada país”. “Daí a não respeitar a institucionalidade há um abismo. Eu respeito a decisão do povo”, ressaltou. Ele disse ainda que Bolsonaro “lutou uma luta digna contra o socialismo”, mas “as urnas não estiveram com ele”. Questionado sobre quem seriam seus aliados na América Latina, Milei disse que se “sentaria com aqueles que são a favor da liberdade” e afirmou que Lula não estaria entre seus aliados, pois ele não respeita a liberdade de imprensa. “Olhe para as aberrações [com a mídia] que ele está realizando em seu governo. Eu não posso endossar tais questões.”Sociedade militarista, ódio aos EUA e bomba nuclear: veja semelhanças que unem Putin e Kim Jong-un
