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Macron ataca Le Pen no último dia de campanha antes das eleições presidenciais no domingo

Os dois candidatos lideram as pesquisas e devem disputar o segundo turno do pleito em 24 de abril

Internacional|

Macron lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de domingo (10) e ataca Le Pen
Macron lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de domingo (10) e ataca Le Pen Macron lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de domingo (10) e ataca Le Pen

Pressionado por uma vantagem que se reduz, de acordo com as pesquisas, o presidente francês Emmanuel Macron intensificou, nesta sexta-feira (8), seus ataques contra a candidata de extrema direita Marine Le Pen, que se tornou sua principal rival no primeiro turno da eleição de domingo (10).

"Marine Le Pen mente às pessoas", destacou Macron em entrevista ao jornal Le Parisien, em um momento em que sua adversária se aproxima dele nas pesquisas e ameaça a vitória do centrista no segundo turno, em 24 de abril.

Macron lidera as pesquisas do primeiro turno com 26% das intenções de voto, seguido da candidata de extrema direita Le Pen (22%) e do esquerdista Jean-Luc Mélenchon (17%), de acordo com a pesquisa do OpinionWay-Kéa Partners. A vantagem sobre Le Pen se reduziu para 6 pontos na votação.

Nesta sexta-feira, na véspera do dia de reflexão em que a França entrará em uma bolha de silêncio, sem campanha nem pesquisas, o presidente tentou minar a imagem de moderada e próxima dos problemas do povo que Marine Le Pen esculpiu para ela mesma em sua campanha.

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"Seus fundamentos não mudaram. Seu programa é racista (...). É um programa de saída da Europa, embora ela não o diga claramente", alertou Macron, que busca ressuscitar a imagem de extremista da herdeira da Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen.

A líder do Agrupamento Nacional (RN) se firmou na reta final como candidata a ser derrotada. Seu rival de extrema direita, Éric Zemmour, cujo discurso radical a ajudou a parecer moderada, também a atacou, dizendo que ela "sonha" em se aliar à esquerda. 

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A França parece destinada a repetir o duelo Macron-Le Pen de 2017, mas o resultado se apresenta mais incerto em um país que, nos últimos cinco anos, vivenciou protestos sociais, uma pandemia e teme os efeitos no bolso da invasão russa da Ucrânia.

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Diante desse possível duelo, os outros candidatos começam a se posicionar antes do primeiro turno. A socialista Anne Hidalgo, o comunista Fabien Roussel e o ambientalista Yannick Jadot já anunciaram que se posicionarão para impedir a vitória da extrema direita no segundo turno.

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Mas a tradicional "frente republicana" não será suficiente para isolar Le Pen no segundo turno, explicou à AFP o diretor da Fundação Jean-Jaurès, Gilles Finchelstein, para quem esse sistema está desgastado, embora não tenha desaparecido. 

Símbolo dessa mudança, a candidata do partido de direita que já esteve no poder, a liberal Valérie Pécresse (Os Republicanos), garantiu que não fará uma recomendação de voto após o primeiro turno porque "os franceses são livres", embora vá revelar em quem vai votar.

'Bloquear o caminho'

A "frente republicana" já foi ativada duas vezes na história recente da França. Em 2002, quando Jean-Marie Le Pen foi, contra todas as probabilidades, para o segundo turno contra o conservador Jacques Chirac, que o derrotou com mais de 80% dos votos, e em 2017. 

Mas, como em 2002, o resultado do primeiro turno, que será conhecido no domingo a partir das 20h (15h no horário de Brasília), pode trazer surpresas. Mélenchon, movido por sua imagem de "voto útil" de uma esquerda dividida, espera chegar ao segundo turno.

Nesta sexta-feira, a ex-ministra Christiane Taubira, que tentou em vão ser candidata nas eleições, apoiou o esquerdista, já que, diante do "risco" de Le Pen "chegar ao poder", votar nele é uma forma de "bloquear o caminho" para a candidata de extrema direita.

Segundo seu partido França Insubmissa, Mélenchon também recebeu o apoio de dezenas de personalidades internacionais, como os ex-presidentes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales.

Nas horas finais da campanha, os 12 candidatos jogam suas últimas cartas para mobilizar os eleitores, principalmente quando apenas 69% afirmam ter certeza em quem votarão. Desses, um em cada três eleitores ainda tem dúvida sobre quem votar, segundo pesquisa da Ipsos-Cevipof.

"É a primeira eleição em que se chega a esse índice de indecisos", disse o cientista político Pascal Perrineau, para quem isso augura uma "importante" incerteza sobre quem ficará no comando dessa potência econômica e nuclear mundial.

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