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'Macron é a liderança com mais capacidade de reorganizar a União Europeia', diz especialista

Presidente francês conseguiu se reeleger e segue estratégia para aumentar sua influência no bloco europeu

Internacional|Letícia Sepúlveda, do R7

Presidente da França, Emmanuel Macron busca ampliar sua influência na União Europeia
Presidente da França, Emmanuel Macron busca ampliar sua influência na União Europeia

Após se reeleger presidente da França, Emmanuel Macron terá a chance de expandir seu legado político na União Europeia e continuar a tentativa de se tornar o novo rosto diplomático do bloco, depois que Angela Merkel encerrou seu governo na Alemanha.

Para Igor Lucena, doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa e membro do Royal Institute of International Affairs, “Macron é a liderança com mais capacidade de reorganizar o bloco e trazê-lo para o centro do debate internacional, tanto do ponto de vista militar quanto geopolítico”.

O especialista afirma que o líder também se destaca do ponto de vista histórico. “Ele passou por diversas crises, pelas dificuldades que o governo do ex-presidente americano Donald Trump trouxe para a Europa e agora enfrenta os novos desafios da guerra que ocorre na Ucrânia.”

Macron ganhou a eleição presidencial com 58,54% dos votos, contra sua adversária da extrema direita, Marine Le Pen, que recebeu 41,46%. A vitória ocorreu com uma margem menor em relação à de 2017, quando o centrista foi eleito com 66,1% dos votos.


Macron vence eleição e tem mais cinco anos para tentar ocupar lugar deixado por Merkel
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Durante a campanha, Macron tentou defender suas propostas de alinhamento econômico e político com a União Europeia, mas agora vai governar um país dividido. De acordo com uma pesquisa do BVA, 66% dos franceses querem que o presidente perca sua maioria parlamentar. As eleições legislativas no país estão marcadas para 12 e 19 de junho.

Sobre a relação francesa com a UE e a influência política de Macron, Lucena diz que “a organização entre França e Alemanha define os rumos da Europa. Neste momento, pode ser que a preponderância das decisões passem muito mais por Macron do que pelo chanceler Olaf Scholz.”


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O presidente francês também encontra um momento propício para expandir sua influência, já que a invasão russa da Ucrânia uniu os países da Europa e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e trouxe novas preocupações em relação à segurança europeia.

“O bloco se movimentava muito em relação aos acordos comerciais, agora deve focar os seus objetivos de defesa”, diz o especialista.

“O maior poder de Macron neste momento deve se relacionar no incentivo para que os outros membros da UE aumentem suas sanções contra a Rússia."

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