Maduro ordenou bloqueio de ponte com contêineres, diz Colômbia
Objetivo seria bloquear chegada de ajuda humanitária. Medida foi qualificada como 'uma metáfora do ditador se aferrando ao poder'
Internacional|Da EFE
A Colômbia denunciou nesta sexta-feira (22) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou soldar vários contêineres na ponte fronteiriça de Tienditas para impedir a passagem no sábado (23) da ajuda humanitária concedida por diversos países.
"Ontem à noite, enquanto Cúcuta e o mundo se preparavam para alçar a voz pela liberdade da Venezuela, a ditadura de Nicolás Maduro soldava os contêineres na estrutura da ponte", disse o serviço de Migração da Colômbia em uma breve mensagem enviada aos veículos de imprensa.
O fato foi qualificado como "uma metáfora do ditador se aferrando ao poder". Veja abaixo.
A ponte Tienditas, também conhecida como ponte da Integração, é uma das três passagens fronteiriças de Cúcuta com a Venezuela e onde estão armazenadas cerca de 600 toneladas de assistência humanitária que devem ser levadas a esse país amanhã.
A infraestrutura, uma das promessas de integração entre os dois países, foi concluída no começo de 2016, meses depois que o Governo de Maduro ordenou o fechamento da fronteira comum.
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Em 14 de fevereiro, o governo venezuelano reforçou o bloqueio da ponte Tienditas com pesados blocos de concreto e contêineres.
Esses obstáculos se somaram a um caminhão cisterna e um contêiner de lixo azul que foram instalados no início de mês pelos chavistas para impedir a passagem da ajuda.
Em vários vídeos divulgados pela Colômbia nesta sexta-feira (22) e que foram feitos por câmeras de segurança da ponte é possível observar o momento no qual pelo menos duas pessoas começam a soldar os contêineres à estrutura.
Também é possível ver vários uniformizados acima dos contêineres e outros mais que participam dos trabalhos de soldadura.
Nesta sexta-feira, será realizado o show "Venezuela Aid Live", convocado pelo multimilionário britânico Richard Branson e do qual farão parte 32 artistas da Argentina, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, México, Porto Rico, a Suécia e a Venezuela.
O objetivo do evento musical é o de arrecadar até US$ 100 milhões em 60 dias para levar ajuda humanitária à Venezuela.
A primeira parte de tal ajuda entrará a esse país a partir de amanhã por quatro passagens fronteiriças com Cúcuta.