Maduro pede que 'países amigos' ajudem em diálogo na Venezuela
Maduro disse que informou aos governos da Espanha, México e Panamá que 'um grupo poderia ser formado para fortalecer a democracia'
Internacional|Da EFE
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta sexta-feira (14) para que os "países amigos" criem um grupo para apoiar e favorecer um diálogo inclusivo para as eleições legislativas que serão realizadas neste ano.
Em entrevista coletiva para a imprensa internacional, Maduro disse que "informou aos governos de Espanha, México e Panamá que um grupo de amigos da Venezuela poderia ser formado para fortalecer a democracia".
Em 2020, a Venezuela realizará eleições para a Assembleia Nacional (AN, Parlamento), órgão que tem sido fundamental para a oposição desde que ganhou as eleições anteriores, em 2015, com clara maioria.
No entanto, as decisões do órgão não foram respeitadas pelo governo de Maduro desde que a Assembleia Nacional foi declarada em "desacato" pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), semanas após os opositores ao chavismo assumirem o controle.
O presidente disse ainda que "neste momento há eleições para renovar a Assembleia Nacional e, em vários setores, há um processo de diálogo muito inclusivo com todas as alas políticas para dar novas e plenas garantias de todo tipo que influenciarão um processo eleitoral mais participativo".
Maduro também comentou que o governo iniciou conversas com outros setores da política nacional para que seja eleito um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e que a atual Assembleia Nacional esteja nesse processo.
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Sobre a comunidade internacional e este processo eleitoral, revelou que também informou aos governos argentino, mexicano e espanhol e à União Europeia (UE) a necessidade de haver "um processo de diálogo antes, durante e depois das eleições parlamentares".
O presidente venezuelano pediu para este possível grupo esteja ciente de todas as ações que o governo está tomando perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) "para exigir a cessação de todas as medidas coercitivas" e "fazer entender o direito da Venezuela de não ser alvo de perseguição, medidas coercitivas e criminosas" que afetam a economia.
"Eu acredito no diálogo e sempre direi a Donald Trump, mesmo que eu esteja processando-o perante o Tribunal Penal Internacional, que a melhor maneira de resolver este conflito é falando, falando, falando. Se ele quer se entender com quem está no comando da Venezuela, estou às ordens", enfatizou.
O governo e um pequeno setor da oposição participam há meses de uma mesa de diálogo, cuja representatividade não é reconhecida pela maior parte do antichavismo, mas que tem debatido paralelamente as questões relacionadas às eleições legislativas.
A convocação de eleições legislativas, e não as presidenciais, como exige a oposição, ocorre em meio a uma crise que coloca Maduro, cuja legitimidade não é reconhecida por parte da comunidade internacional, contra as forças que apoiam o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.