‘Mago das Fugas’ escapa de prisão pela quarta vez em 16 anos

Um traficante albanês de 41 anos escapou pela quarta vez, em 16 anos, de um presídio, na Itália. Desta vez, Toma Taulant fugiu da penitenciária de segurança máxima Opera, em Milão.

Segundo as autoridades, ele utilizou uma lima metálica para serrar as grades da cela e, em seguida, desceu cerca de seis metros por uma corda improvisada feita com lençóis amarrados.

O detento teria conseguido retirar a ferramenta de uma oficina interna sem ser notado. Após romper as barras, atravessou o pátio e escalou o muro externo. Câmeras de segurança chegaram a registrar sua movimentação, mas o alarme não foi acionado. O momento da fuga coincidiu com a troca de guardas, o que pode ter facilitado a ação.

Condenado por crimes como tráfico de drogas e armas, roubos violentos e agressões, Taulant deveria cumprir pena até 2048. Mesmo assim, essa foi a quarta vez que ele conseguiu escapar de estabelecimentos prisionais ao longo de 16 anos, reforçando sua fama de especialista em fugas.

A primeira vez que ele fugiu de uma prisão foi em 2009, em um presídio da cidade de Terni. Recapturado meses depois perto de Milão, foi encontrado com três pistolas, grande quantidade de cocaína e diversos objetos roubados, que renderam uma nova condenação de oito anos e sete meses de prisão.

Em 2013, ele voltou a fugir, desta vez de uma unidade de segurança máxima em Parma, repetindo o mesmo método: cortar as grades e descer com lençóis. Ainda no mesmo ano, foi novamente capturado na Bélgica e transferido para um presídio em Lantin, de onde também conseguiu escapar.

Após permanecer foragido por dois anos, foi recapturado em 2015 e extraditado de volta à Itália, sendo encaminhado novamente para a unidade de Opera, onde agora repetiu o feito. As autoridades penitenciárias confirmaram a nova fuga e atribuíram o episódio à superlotação e à falta de agentes.

O presídio de Opera tem capacidade para pouco mais de 900 detentos, mas abriga 1.338 presos, o que representa taxa de ocupação de 153%. Segundo o sindicato que representa os funcionários do sistema penitenciário italiano, seriam necessários pelo menos 811 agentes para o controle adequado, mas atualmente há apenas 533.

Para o órgão,, a situação é “insustentável”, por comprometer tanto os direitos humanos dos presos quanto a segurança dos próprios servidores. A nova fuga reacendeu críticas às condições do sistema penitenciário italiano, historicamente marcado por superlotação e déficit de pessoal.

A polícia italiana informou que foi iniciada uma operação nacional de busca e que uma investigação apura como o detento conseguiu superar sucessivas falhas de segurança. O caso ganhou destaque na imprensa, inclusive no jornal Corriere della Sera, que voltou a chamar Taulant de “o mago das fugas” por repetir, com sucesso, uma estratégia já conhecida pelas autoridades.

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