Refugiados ucranianos se concentram na fronteira com a Polônia
Wojtek Radwanski/AFP - 1º.3.2022O alto-comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, revelou nesta terça-feira (1º) que mais de 150 mil cidadãos da Ucrânia deixaram o país nas últimas 24 horas, elevando para 677 mil o total de refugiados que partiram para nações vizinhas.
Mais da metade da população que partiu do território ucraniano foi para a Polônia, enquanto 90 mil pessoas estão na Hungria; 60 mil na Moldova; 50 mil na Eslováquia; e 40 mil na Romênia, segundo detalhou Grandi em entrevista coletiva.
No encontro com jornalistas, foi apresentado um pedido urgente de fundos à ONU, que serão destinados ao enfrentamento da crise humanitária no Leste Europeu.
O montante necessário anunciado foi de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,65 bilhões), que seria utilizado para financiar, durante os próximos três meses, operações a favor dos 6 milhões de pessoas na Ucrânia e nos países vizinhos que estão recebendo refugiados.
Entre as prioridades da operação humanitária estará, por exemplo, reabilitar a infraestrutura essencial que foi danificada, oferecer acesso a atendimento médico e apoiar as pessoas que perderam toda a fonte de renda, como os aposentados que deixaram de receber as pensões.
Grandi, contudo, destacou que "o apelo mais urgente que fazemos é que sejam detidas as hostilidades", pois o contrário disso provocará um aumento nos deslocamentos dentro e fora do território ucraniano.
O italiano, além disso, confirmou que há filas de dezenas de quilômetros nas fronteiras ocidentais da Ucrânia, com milhares de pessoas que tentam deixar o país, devido ao medo dos bombardeios das forças da Rússia.
Segundo o alto-comissário da ONU, a primeira onda de refugiados é composta, em boa parte, de pessoas com alguns recursos ou de familiares ou amigos em outros países da Europa.
No entanto, Grandi destacou que, se a guerra seguir, começarão a sair "pessoas com menos recursos e conexões", que dependerão, fundamentalmente, da ajuda humanitária.
Na entrevista coletiva foi demonstrado otimismo com o fato de, como em nenhuma crise recente, as agências da ONU começarem a receber, já nos primeiros dias de conflito, doações individuais e de empresas para atender à situação dos refugiados na Ucrânia.