Mais de 3.000 civis são retirados do leste da Ucrânia em uma semana
Kiev pressiona há meses civis a deixarem a área, mas muitos se recusam por razões econômicas ou por não ter para onde ir
Internacional|Do R7
Mais de 3.000 civis foram retirados na última semana de Donetsk, região no leste da Ucrânia assolada pela ofensiva militar russa, anunciaram as autoridades ucranianas nesta terça-feira (9).
"Nos últimos seis dias, 3.000 moradores foram retirados, entre eles quase 600 crianças e 1.400 mulheres", disse Kirilo Timoshenko, subchefe da administração presidencial, em seu canal no aplicativo Telegram.
Kiev pressiona há meses os civis a deixarem a área, mas muitos moradores se recusam a sair citando razões econômicas ou argumentando que não têm para onde ir. Desde o fim de julho, a saída do território é obrigatória.
O responsável assinalou que mais de 1,3 milhão de pessoas já deixaram a região desde o início da invasão russa na Ucrânia em fevereiro e que agora a população gira em torno de "350 mil pessoas, incluídas 50 mil crianças".
No fim de julho, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, anunciou essa decisão especialmente para se antecipar à chegada do inverno, já que a destruição das redes de distribuição de gás pode deixar as residências sem calefação.
Nas últimas 24 horas, três civis morreram e 19 ficaram feridos devido aos combates na região, informou a presidência nesta terça.
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Depois de conquistar quase toda a província de Lugansk, as forças russas concentram sua ofensiva na vizinha Donetsk, com o objetivo particular de tomar Kramatorsk, principal localidade na área ainda controlada pelos ucranianos.
Lugansk e Donetsk são as duas principais províncias de Donbass, uma região industrial do leste da Ucrânia, que Moscou quer controlar em sua totalidade. O avanço russo, no entanto, continua sendo extremamente lento.