Marcha da ultradireita tem baixa adesão um ano após Charlottesville
Ato convocado por grupos supremacistas reuniu 20 pessoas e foi amplamente superado pelos contra-protestos realizados por grupos anti-racistas
Internacional|Cristina Charão, do R7, com Reuters
Terminou mais cedo, por conta da baixa participação e da chuva que caiu em Washington, a marcha convocada pelos movimentos supremacistas brancos e de ultra-direita dos EUA para marcar o primeiro ano dos confrontos de Charlottesville, que expuseram a tensão racial e o crescimento de ideais fascistas no país em agosto de 2017.
A manifestação, realizada em Washington, reuniu pouco mais de 20 pessoas e foi amplamente superada pelos contra-protestos realizados por grupos anti-racistas, antifascistas e de defesa dos direitos humanos, realizados também em Washington. As informações são da agência Reuters.
Uma grande operação policial manteve os dois lados separados na Lafayette Square, em frente à Casa Branca.
Apesar disto, os poucos representantes dos movimentos racistas e ultranacionalistas que atenderam à convocação feita pelo idealizador da Unite the Right de Charlottesville, James Kessler, foram hostilizados pelos participantes do contra-protesto.
Marcha sem armas
Quando o pequeno grupo chegou ao parque Laffayette e Kessler iniciou seu discurso, houve um breve momento de tensão entre a polícia e manifestantes antifascistas que tentaram furar o bloqueio.
Depois de cerca de duas horas e alguns discursos, a manifestação "Unite the Right 2" terminou mais cedo do que o programado, quando começou a chover e duas caminhonetes escoltaram os manifestantes de volta à Virgínia.
Este ano, os manifestantes da ultra-direita foram proibidos de portar armas. A polícia fez inclusive uma barreira para revistas na estação de metrô Vienna, em Fairfax, na Virgínia, onde o grupo se concentrou.
Em 2017, os participantes da Unite the Right (Unir a Direita, em tradução livre) portavam abertamente armas de fogo, incluindo fuzis e submetralhadoras, além de lanças-chamas e porretes.
Outra diferença da marcha deste domingo para a de Charlottesville era a indumentária. No ano passado, muitos vestiam roupas com símbolos nazistas e vários vestiam o traje branco típico da Ku Klux Klan. Agora, o próprio Kessler vestiu um terno azul discreto.
A violência em Charlottesville
Os eventos de domingo, apesar de tensos, estavam muito longe das brigas de rua que eclodiram no centro de Charlottesville há um ano, quando a ativista Heather Heyer foi morta por um homem que dirigiu seu carro contra uma multidão que participa dos protestos anti-racistas. Outras 19 pessoas ficaram feridas no atropelamento.
Além destas vítimas, dois policiais também morreram na queda de um helicóptero.
A cidada da Virgínia não deu permissão para a realização da "Unite the Right 2", que acabou sendo transferida para Washington. Os organizadores estivam que a marcha reuniria 400 manifestantes.
A violência do ano passado em Charlottesville convulsionou a nação e provocou condenação em todo o espectro político. Foi também um dos momentos mais baixos do primeiro ano do presidente Donald Trump na presidência.