Médicos afirmam que opositor de Putin não foi envenenado

Médicos russos cuidando de Alexei Navalny afirmaram nesta sexta-feira (21) que não há evidências de que o maior opositor de Vladimir Putin tenha sido envenenado e que o mal-estar e dores intensas que sentiu durante um voo ontem foram causadas por baixa glicose no sangue.

Na quinta-feira (20), Navalny pegou um avião na cidade russa de Tomsk com direção a Moscou, mas passou mal durante o voo. Ele foi levado ao hospital em estado grave e está em coma.

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A esposa e aliados de Navalny acreditam que ele tenha sido envenenado depois de tomar um chá no aeroporto antes de embarcar. O vice-diretor do Hospital de Emergências nº 1 de Omsk, na Sibéria, Anatoly Kalinichenko, Anatoly Kalinichenko, disse que não foram encontrados sinais de veneno no corpo de Navalny.

"Não foi detectado nenhum veneno ou traço dele nos exames de sangue ou urina", disse Kalinichenko em entrevista coletiva citada pela agência "Interfax".

Ele acrescentou que "o diagnóstico de 'intoxicação' permanece algures no subconsciente", mas frisou que os médicos consideram que Navalny não foi envenenado.

Kalinichenko observou que "no decorrer do tratamento, foi alcançado um diagnóstico conclusivo".

"Infelizmente, não posso tornar isso público, mas já foi comunicado à esposa e ao irmão (de Navalny)", acrescentou.

Impedido de ir à Alemanha

Os aliados do opositor também acusam os médicos de terem cedido aos pedidos do Kremlin de proibir que o homem seja levado para a Alemanha para continuar o tratamento.

Os médicos, no entanto, dizem que o estado de Navalny não permite que ele se desloque até outro país. Segundo o jornal Sky News, os médicos disseram que o opositor melhorou um pouco, mas ainda está instável e que tentar levá-lo a outro lugar pode ser fatal.

De acordo com a porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, uma ambulância aérea alemã com uma equipe especializada para cuidar de pacientes em coma chegou à cidade de Osmk, onde o opositor está internado na manhã de hoje, mas os médicos decidiram no último segundo que não deixariam Navalny ser levado.

“A decisão, claro, não foi tomada por eles, mas pelo Kremlin”, acusa a porta-voz.

Os aliados de Navalny querem que ele seja tratado e se recupere fora do país, mas o hospital disse que muitas questões legais teriam que ser resolvidas antes.