Médicos relatam surtos de doenças entre desabrigados em Gaza
Milhares de pessoas que se deslocaram do norte do enclave buscaram abrigo em hospitais no sul da região sitiada
Internacional|Do R7
Médicos na Faixa de Gaza afirmam que os pacientes que chegam aos hospitais estão mostrando sinais de doenças causadas pela superlotação e pela falta de saneamento, depois que mais de 1,4 milhão de pessoas fugiram de casa para abrigos temporários.
As agências de ajuda humanitária têm alertado repetidamente sobre uma crise de saúde no pequeno e lotado enclave palestino sob o bloqueio de Israel, que cortou eletricidade, água potável e combustível e deixou entrar na área apenas pequenos comboios de alimentos e remédios da ONU.
"A aglomeração de civis e o fato de que a maioria das escolas usadas como abrigo estão com muitas pessoas são um terreno fértil para a propagação de doenças", disse Nahed Abu Taaema, médico de saúde pública do Hospital Nasser, em Khan Younis.
Autoridades palestinas afirmam que cerca de 5.800 pessoas foram mortas pelos ataques aéreos e de artilharia israelenses que se seguiram à investida de 7 de outubro dos terroristas do Hamas, que invadiram Israel, mataram mais de 1.400 pessoas e fizeram mais de 200 reféns.
Israel ordenou a todos os que vivem na metade norte da Faixa de Gaza, que tem 45 km de comprimento, que se deslocassem para o sul do enclave.
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Com todos os hospitais ficando sem combustível para alimentar geradores, os médicos alertaram sobre o risco de que parem equipamentos essenciais, como incubadoras para recém-nascidos.
O Ministério da Saúde, administrado pelo Hamas, informou que 40 centros médicos suspenderam as operações em um momento em que os bombardeios e os deslocamentos estão exercendo enorme pressão sobre o sistema.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiu que um terço dos hospitais de Gaza não está funcionando. "Estamos de joelhos, pedindo por essa operação humanitária sustentada, ampliada e protegida", afirmou o chefe de emergências regionais da organização, Rick Brennan.
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O privado Hospital Indonésio, o maior do norte de Gaza, disse nesta terça-feira (24) que havia desligado tudo, exceto os últimos departamentos vitais, como a UTI (unidade de terapia intensiva).
O único outro hospital que ainda atendia pacientes no norte de Gaza, o Beit Hanoun, interrompeu as operações devido ao intenso bombardeio na cidade, informou o Ministério da Saúde palestino.
"Se o hospital não receber combustível, isso será uma sentença de morte para os pacientes do norte de Gaza", disse Atef al-Kahlout, diretor da unidade de saúde.
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