Medidas contra covid-19 agravaram fome em Pyongyang, alerta ONU
Coreia do Norte enfrenta escassez generalizada de alimentos e desnutrição após restrições para controle do novo coronavírus
Internacional|Da EFE

As restrições e fechamento de fronteiras devido à pandemia da covid-19 agravaram a escassez generalizada de alimentos e a desnutrição na Coreia do Norte, segundo alerta feito pelas Nações Unidas nesta terça-feira (9), exigindo uma ação internacional para garantir o suprimento de alimentos.
"As perspectivas de agravamento da escassez de alimentos e da insegurança alimentar generalizada são alarmantes", disse Tomás Ojea Quintana, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte.
Ele exigiu uma ação imediata do governo norte-coreano, alocando recursos e permitindo a chegada de ajuda humanitária, observando que "um número crescente de famílias está se alimentando apenas duas vezes por dia, ou come apenas milho e alguns passam fome".
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Sobre esse assunto, Elisabeth Byrs, porta-voz do Programa Nacional de Alimentos (PNA) também alertou hoje que "para milhões de pessoas na Coreia do Norte a situação humanitária é devastadora".
O programa da ONU estima que mais de 10 milhões de pessoas, cerca de 40% do país, necessitam de ajuda alimentar e 10,4 milhões que não têm acesso a bens essenciais de saúde, água e saneamento, além de serviços de higiene.
"Quase uma em cada dez crianças com menos de 5 anos está abaixo do peso e uma em cada cinco está atrofiada. A desnutrição nessa escala significa que danos irreversíveis estão sendo causados a centenas de milhares de crianças", disse a porta-voz, acrescentando que cerca de um terço das crianças do país e suas mães sofrem de anemia.

Embora tenha havido progresso na última década em segurança alimentar, saúde infantil e nutrição no país, este continua mantendo níveis alarmantes de desnutrição e a população precisa de uma dieta mais diversificada e completa.
Oficialmente, a Coreia do Norte não tem casos do novo coronavírus, mas implementou medidas de proteção para prevenir a doença, incluindo quarentenas e restrições de movimento.
Ojea observou que o fechamento da fronteira com a China, no mês de janeiro, piorou a crise alimentar já existente, devastou o comércio transfronteiriço e prejudicou a renda dos comerciantes, levando a um aumento dos sem-teto, incluindo crianças.
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As sanções impostas ao país têm "um impacto negativo no cumprimento dos direitos econômicos e sociais básicos", diz o especialista, pedindo ao Conselho de Segurança da ONU que as reconsidere.
Além disso, também alerta que a deterioração no país não é exclusivamente alimentar e abrange outras áreas problemáticas, especialmente a saúde e a situação nas prisões, onde "a desnutrição é comum", algo que pode ser ainda pior "nos campos secretos de presos políticos, onde são relatadas mortes frequentes devido ao trabalho árduo, falta de alimentos, doenças contagiosas e superlotação".
A este respeito, Tomas Ojea solicita ao governo norte-coreano que informe sobre o paradeiro de presos políticos, permita controle independente e libere pessoas em condições de saúde vulneráveis.
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