Menino de 3 anos morre ao tentar entrar nos EUA pelo Rio Grande

Um menino de 3 anos morreu depois que sua família tentou cruzar a fronteira dos Estados Unidos pelo Rio Grande, disse uma porta-voz do Departamento de Segurança Pública (DPS) do Texas à AFP nesta quinta-feira (21).

Na tarde de quarta-feira (20), a Unidade Tática da Marinha "recebeu informações sobre uma criança arrastada pela correnteza do Rio Grande enquanto tentava cruzar o rio com sua família ao norte da barreira marítima, em Eagle Pass", disse a porta-voz por email.

"Os policiais localizaram um menino de 3 anos e o transportaram para a costa", mas ele foi "declarado morto" no hospital para onde a equipe médica o levou, acrescentou.

Na terça-feira (19), o prefeito da cidade de Eagle Pass, no Texas, que faz fronteira com Piedras Negras, no México, um dos trechos usados ​​pelos migrantes para cruzar a fronteira, emitiu uma declaração de emergência devido a um aumento “acentuado” de migrantes.

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De acordo com os últimos dados oficiais, a patrulha fronteiriça interceptou 132.652 migrantes na fronteira com o México em julho, em comparação com 99.545 em junho.

Vários meios de comunicação dos EUA, citando fontes governamentais anônimas, afirmam que, nos últimos tempos, vários milhares têm entrado diariamente no país.

Diante dessa situação, o Departamento de Segurança Interna (DHS) anunciou na quarta-feira (20) que vai enviar 800 militares adicionais em serviço ativo “para ajudar na logística e em outras funções na fronteira”.

Até a data, o Departamento de Defesa vai ajudar o DHS, com 2.500 soldados permanentes da Guarda Nacional.

Além disso, de acordo com o DHS, existem 24 mil agentes e oficiais do CBP na fronteira, bem como mais de 2.600 oficiais não uniformizados contratados.

O presidente americano, o democrata Joe Biden, candidato a um segundo mandato em 2024, culpa o Congresso pela crise migratória por não ter conseguido chegar a acordo sobre uma reforma abrangente.

Em 12 de maio, o governo levantou um regulamento sanitário conhecido como Título 42 que lhe permitia bloquear quase todos os migrantes que chegassem sem os documentos necessários ao país.

Ao mesmo tempo, implementou novas regras de entrada, que na prática restringem o acesso ao asilo, por exemplo, ao obrigar os migrantes a marcarem uma consulta por meio de um aplicativo de celular ou a processá-la nos países por onde transitam.

Desde 12 de maio, os Estados Unidos expulsaram ou devolveram mais de 253 mil pessoas a 152 países, muitos deles latino-americanos, segundo dados oficiais.