Merkel: este é o maior desafio desde a 2ª Guerra Mundial na Alemanha
As declarações televisivas são raras na Alemanha; o ex-chanceler Gerhard Schroder e Helmut Kohl só recorreram a esse formato 2 vezes cada
Internacional|Da EFE
A chanceler alemã, Angela Merkel, descreve nesta quarta-feira (18) a crise causada pelo coronavírus como "séria". "Desde a Segunda Guerra Mundial, não houve um desafio em nosso país que dependa tanto de nossa ação comum e solidária", reforçou Merkel.
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A chanceler voltou a pedir à população que siga as regras sobre o fechamento da vida pública, a fim de deter a disseminação do coronavírus.
A situação gerada por esta pandemia, com cerca de 8.200 infectados e 12 mortos na Alemanha, é "séria e aberta", uma "tarefa histórica", embora se deva "evitar pânico".
"Devemos demonstrar, mesmo quando nunca experimentamos algo assim antes, que podemos agir com nossos corações e nossas cabeças e, assim, salvar vidas. Isso não é exceção para todos e cada um de nós e, portanto, para todos nós", disse ela.
"Acredito firmemente que passaremos neste teste se realmente todos os cidadãos e todos os cidadãos assumirem sua tarefa", continuou Merkel em sua primeira declaração na televisão desde que chegou ao Ministério das Relações Exteriores em 2005.
"Vai depender, embora não apenas, de como todos estamos disciplinados, seguindo as regras e implementando-as", ressaltou, referindo-se ao fechamento maciço de lojas, estabelecimentos e escolas, restrições de movimento, teletrabalho, entre outras medidas.
"Devemos limitar o risco de contágio da única maneira possível" e isto é: "reduza a vida pública o máximo possível", embora com "bom senso e medida".
"Cumpra as regras que governam hoje em dia", acrescentou o chanceler, que pediu, por exemplo, que os avós não cuidassem dos netos depois que as escolas fossem fechadas, já que os idosos são grupos de risco.
As limitações atuais, "difíceis de decretar em uma democracia e apenas temporárias", são "por enquanto inevitáveis para salvar vidas".
O objetivo principal é "diminuir a propagação do vírus" para "economizar tempo", limitar o número de infecções - e mortes -, não sobrecarregar o sistema de saúde e permitir o desenvolvimento de um medicamento ou vacina contra o coronavírus.
Prioridade nos empregos
Quanto à economia, Merkel garantiu que o governo alemão faz "tudo o que pode para amenizar as conseqüências econômicas" e, principalmente, "defender todos os empregos".
"Nós podemos e faremos todo o necessário para ajudar nossas empresas e trabalhadores a passar por essa provação", disse ele.
Sem pânico
Ele também pediu aos alemães que evitem acumular alimentos e necessidades básicas, como tem acontecido nos últimos dias, levando a escassez ocasional.
"A armazenagem faz sentido, como sempre. Mas com medidas. A acumulação como se nunca houvesse mais é ridícula e, em última análise, pouco favorável", alertou o chanceler, garantindo que o suprimento diário nos supermercados alemães seja garantido.
Merkel finalmente pediu aos alemães que não acreditem em "rumores" sobre a nova doença, mas que recorram a declarações oficiais.
As declarações televisivas são raras na Alemanha, reservadas para momentos críticos. O ex-chanceler Gerhard Schroder e Helmut Kohl só recorreram a esse formato duas vezes cada.