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México: corpos encontrados dentro de sacos são de oito jovens desaparecidos

Peritos e socorristas trabalharam para recuperar os cadáveres de um despenhadeiro; as causas das mortes serão investigadas

Internacional|Do R7


Autoridades mexicanas confirmam que restos mortais encontrados em sacos são de oito pessoas
Autoridades mexicanas confirmam que restos mortais encontrados em sacos são de oito pessoas

As autoridades do México confirmaram, na terça-feira (6), que os restos mortais encontrados em sacos plásticos em uma vala clandestina na semana passada correspondem a pelo menos oito trabalhadores de um call center no estado de Jalisco (oeste), registrados como desaparecidos.

"As provas periciais [...] confirmam que correspondem aos jovens que trabalhavam em um centro de operações [telefônicas] em Zapopan, e que contavam com denúncia de desaparecimento", assinalou o governo de Jalisco em comunicado, com base em um relatório das autoridades forenses.

Os corpos dos funcionários do call center foram encontrados na quarta-feira passada dentro de dezenas de sacos que peritos e socorristas recuperaram de um despenhadeiro no município de Zapopan, outro subúrbio de Guadalajara, capital de Jalisco.

A princípio, não há informações sobre como os jovens morreram.

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Segundo o governo federal, a empresa onde eles trabalhavam estaria envolvido em fraudes imobiliárias e algum tipo de extorsão pelo telefone, de acordo com os primeiros indícios.

As vítimas tinham sido vistas pela última vez entre 20 e 22 de maio, segundo as denúncias apresentadas por seus familiares.

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Jalisco é o estado mexicano com maior número de pessoas desaparecidas, mais de 15 mil desde 1962 até os dias atuais, de um total de 110.771 pessoas em todo o país.

Segundo especialistas em questões de segurança, o fenômeno é atribuído, em grande parte, às guerras entre cartéis pelo controle das rotas do tráfico de drogas.

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Barbárie cotidiana

Familiares dos oito jovens haviam denunciado a lentidão das autoridades em localizar seus entes queridos e interrogar os responsáveis pelo call center.

"Para eles, não há empresa, para eles, não há dono, para eles, há apenas uma casa onde havia um call center, ponto", afirmou dias atrás Arturo Robles, pai de uma das vítimas, de mesmo nome.

As demais foram identificadas como Carlos Benjamín, Jesús Alfredo, Mayra Karina, Jorge Miguel, os irmãos Itzel Abigail e Carlos David, e Juan Antonio, segundo a promotoria, que, pela lei, não revela os sobrenomes.

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As autoridades estimam que muitos dos desaparecidos em todo o México estão enterrados em covas secretas, investigadas por familiares agrupados em dezenas de "coletivos de busca".

As descobertas de corpos são frequentes. Na segunda-feira, uma dessas organizações informou que havia encontrado seis na cidade de Salamanca, no estado de Guanajuato (centro), um dos mais violentos do país.

Só em Jalisco, de dezembro de 2018 a abril de 2023, foram localizadas 136 valas clandestinas com 1.573 cadáveres.

Os desaparecimentos "ocorreram após a decisão do Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) em 2015 de expandir suas fronteiras. Eles invadem Michoacán, Jalisco, avançam para Zacatecas e outras áreas do país", desencadeando violentos conflitos, explicou à AFP David Saucedo, especialista em segurança.

O CJNG, liderado por Nemesio Oseguera "El Mencho", por quem os Estados Unidos oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões (R$ 49,3 milhões), segue em expansão, com estratégias que incluem o recrutamento forçado de jovens e a eliminação de gangues locais.

Desde 2006, quando o México lançou uma ofensiva antidrogas com participação militar, mais de 350.000 homicídios foram registrados, a maioria atribuída pelas autoridades às guerras do narcotráfico..

Veja também: México vasculha cova clandestina e acha 45 sacos com restos humanos

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