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México registra aumento de saques em caixas eletrônicos nas eleições

Relatório mostra que quase 7 bilhões de reais são sacados às vésperas das eleições; suspeita é de gastos não-registrados e até compra de votos

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

Campanhas no México têm gastos milionários sem registro, aponta estudo
Campanhas no México têm gastos milionários sem registro, aponta estudo

No próximo dia 1º de julho, os cerca de 82 milhões de eleitores mexicanos irão às urnas para votar para mais de 18 mil cargos nas esferas federal, estadual e municipal. Os números são consideráveis, mas existe um que chama a atenção: toda vez que o México tem uma eleição nacional, os saques em caixas eletrônicos crescem.

Segundo um estudo divulgado esta semana por um escritório de consultoria política usando dados oficiais, na eleição presidencial de 2012 e na legislativa de 2015, o número de saques em caixas eletrônicos do Banco de México cresceu em média 5%. Em dinheiro, isso significa retiradas de cerca de 37 bilhões de pesos (cerca de US$ 1,8 bilhão ou R$ 6,7 bilhões).

Gastos por fora

Para os pesquisadores responsáveis, isso demonstra um imenso potencial de gastos de campanha não contabilizados e, nos piores casos, de compra de votos. A estimativa é que, para cada 1 peso declarado à justiça eleitoral por um candidato, ele gaste outros 15 pesos por fora. Os autores do estudo avisam, no entanto, que é um palpite 'conservador'.


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"O gasto médio de uma campanha bem-sucedida para governador pode chegar aos 460 milhões de pesos (US$ 23 milhões ou R$ 86 milhões). É um problema sistêmico e que está saindo do controle. Qualquer partido pode usar essas táticas. Esta eleição vai gerar contas a pagar por vários anos", alerta o consultor Luís Carlos Ugalde, um dos autores do estudo.

Por baixo da mesa


Além disso, comparando as cifras oficiais de dinheiro recebido pelos partidos com os relatórios de gastos, os pesquisadores concluíram que cerca de 230 milhões de pesos (R$ 43 milhões) simplesmente não têm origem conhecida, aumentando a suspeita de caixa 2 por parte das legendas.

Segundo o estudo, algumas propostas para normalizar o processo eleitoral no México incluem o fim do financiamento particular de campanhas, a instituição do voto obrigatório (para evitar que pessoas sejam pagas pelas campanhas para ir votar) e o uso de urnas eletrônicas.

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