Michelle Bachelet revela que povoado civil na Ucrânia foi quase inteiramente destruído
Segundo Alta Comissária da ONU, Volnovaja sofreu com os bombardeios russos e moradores ainda estão escondidos em abrigos subterrâneos
Internacional|Da EFE
A Alta Comissária da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou nesta quinta-feira (3) que o povoado de Volnovaja, na Ucrânia, foi quase inteiramente destruído por bombardeios e que ainda existem habitantes da localidade escondidos em abrigos subterrâneos.
"As operações militares aumentam conforme falamos aqui, com bombardeios nos arredores de grandes cidades", disse a ex-presidente do Chile, durante sessão de urgência do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a situação no território ucraniano, solicitada pelo governo de Kiev.
Bachelet atualizou as mais recentes informações recolhidas pelo gabinete que dirige, sobre o impacto do conflito.
Durante o discurso, a Alta Comissária da ONU afirmou que a Rússia "abriu um novo e perigoso capítulo na história mundial", com o ataque a um país vizinho, onde há "um impacto em massa nos direitos humanos de milhões de pessoas".
"A maioria das vítimas foi causada por artilharia pesada, sistemas de lançamento múltiplo de foguetes e bombardeios aéreos em áreas habitadas. E temos informações inquietantes sobre o uso de bombas de fragmentação contra povoados civis", disse a chilena, em referência a um tipo de munição proibida por convenção internacional, de que a Rússia não faz parte.
Anteriormente, Bachelet havia afirmado que, desde o início da invasão da Ucrânia, sete dias atrás, mais de 2 milhões de pessoas tiveram que abandonar as casas em que viviam.
A metade foi forçada a se deslocar internamente dentro do território do país, enquanto o restante partiu para territórios vizinhos, segundo registros da Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
"A Acnur estimou que até 4 milhões de pessoas poderiam abandonar o país nas próximas semanas, se o conflito continuar", afirmou Bachelet, durante o debate convocado no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A Alta Comissária ainda revelou que o gabinete que dirige foi contactado por vários grupos que temem perseguição, caso as tropas russas tomem mais territórios, em particular, membros da comunidade tártara, assim como ativistas de direitos humanos e jornalistas.