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Militar desmente fala de Harry sobre ensino de desumanização do inimigo no exército britânico

Em autobiografia, príncipe afirmou que instrutores treinam os cadetes para enxergar o oponente como ‘caras maus’

Internacional|Do R7

Príncipe Harry fez duas incursões no Afeganistão durante tempo no exército
Príncipe Harry fez duas incursões no Afeganistão durante tempo no exército

Um militar, que foi à mesma escola de cadetes que o príncipe Harry, fez um relato completamente diferente das aspas do príncipe na autobiografia O que Sobra. Segundo britânico, é mentira que jovens soldados são ensinados a desumanizar os inimigos durante o treinamento.

Ouvido pelo veículo britânico Daily Mail, o militar afirmou que o processo na escola de cadetes envolve aulas e textos sobre os perigos de classificar as pessoas como boas ou ruins.

Segundo o jornal, obras de autores como o psicólogo Herbert Kelman e o antropólogo Claude Lévi-Strauss são sugeridas aos cadetes da Academia Militar Real Sandhurst (RMAS, na sigla em inglês). Os livros discutem a percepção do que seria a maldade em outras pessoas, além da preservação da dignidade e humanidade.

Harry, que frequentou a RMAS entre 2005 e 2006, participou de duas incursões no Afeganistão. Durante a segunda viagem em missão ao país do Oriente Médio, o Duque de Sussex operou a arma de helicóptero Appache e um atirador de mísseis. Segundo o príncipe, ele matou 25 afegãos.


“Na verdade, você não pode machucar pessoas se você as enxerga como pessoas. Eles eram peças de xadrez tiradas do tabuleiro, caras maus eliminados antes que matassem os caras bons”, conta Harry em O que Sobra.

A fala do príncipe, porém, gerou indignação em um companheiro da RMAS, que desmistificou o relato do príncipe.


“Os perigos dos vieses cognitivos foram ensinados e não houve sugestão de simplesmente ‘alterar’ as pessoas, isso é simplesmente errado’, disse o militar, que não teve identidade revelada. “Se você não pensa mais em seu inimigo como sendo você mesmo, se você o desumaniza, seu senso de certo e errado fica totalmente comprometido”.

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A imprensa britânica, que está cobrindo de perto as polêmicas do livro de Harry, foi crítica ao relato do príncipe, que expôs o número de pessoas que matou no Afeganistão. O Duque de Sussex, do outro lado, rebateu as reportagens e disse que fez isso para que veteranos não tenham vergonha de suas experiências.


"Sem dúvida, a mentira mais perigosa que eles contaram é que de alguma forma eu me gabei do número de pessoas que matei no Afeganistão", disse Harry.

"Escolhi compartilhar porque depois de quase duas décadas trabalhando com veteranos em todo o mundo, acho que o mais importante é ser honesto e poder dar espaço para que outras pessoas possam compartilhar suas experiências sem nenhuma vergonha."

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