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Militares mexicanos podem ser presos por sequestro de estudantes

O caso de Ayotzinapa ocorreu em 2014, na cidade de Iguala, e agora entra em uma nova fase de execução judicial, com novas prisões em breve

Internacional|

Em 2014, 43 estudantes desapareceram no estado de Guerrero, no México
Em 2014, 43 estudantes desapareceram no estado de Guerrero, no México Em 2014, 43 estudantes desapareceram no estado de Guerrero, no México

As autoridades mexicanas estão se preparando para executar novos mandados de prisão como parte das investigações sobre o caso dos 43 estudantes desaparecidos em 2014. Pela primeira vez, militares estão incluídos no processo, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

Desde que os adolescentes foram sequestrados e desaparecidos, no estado de Guerrero, no sudoeste do país, entidades internacionais pressionam o México a estender as investigações a outras forças de segurança, além da polícia, que estiveram presentes em momentos importantes dos acontecimentos ocorridos na cidade de Iguala.

"Os mandados de prisão incluem policiais municipais, ministeriais e federais de Guerrero, além de membros (militares) do 27º batalhão", disse uma fonte consultada pela Reuters que preferiu não ser identificada. Outro, que também pediu anonimato, confirmou a informação.

Nem a promotoria nem os representantes da chamada “Comissão da Verdade” no chamado caso Ayotzinapa responderam aos pedidos de comentários da Reuters. O Ministério da Defesa Nacional (Sedena) disse não ter informações a esse respeito.

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Investigação em andamento

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira (22) que no sábado, seis anos após o atentado, "será informado o que foi alcançado" e sobre "os mandados de prisão que estão em andamento". O presidente insistiu que não haverá impunidade no caso.

Outra fonte assegurou que, em todos os casos, o fundamento dos mandados de prisão se baseia em provas suficientes que um juiz teve que autorizar previamente para sua execução.

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As fontes disseram que não sabiam quantos mandados de prisão seriam emitidos em breve ou quando seriam executados.

O desaparecimento dos jovens revelou graves falhas no sistema de justiça mexicano, que sob pressão teve que abrir o caso a organismos internacionais como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que em acordo com o país nomeou em 2015 o Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes (GIEI) para auxiliar nas investigações.

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Versão oficial contestada

O GIEI demoliu a chamada “verdade histórica” do governo da época, segundo a qual os alunos foram queimados em um lixão em Guerrero, e expôs a corrupção em torno do caso que levou altos funcionários à prisão enquanto outros são procurados para prisão.

O grupo de cinco especialistas insistiu no interrogatório direto dos soldados, mas nem o governo do ex-presidente Enrique Peña nem o de López Obrador o permitiram. No entanto, eles os entregaram às polícias municipal, estadual e federal, até mesmo a integrantes do crime organizado que participaram do desaparecimento.

Em suas extensas investigações, os especialistas descobriram que um dos militares havia filmado o momento em que o maior número de alunos desapareceu.

O caso dos professores universitários, dos quais restos de apenas dois foram encontrados até agora, expôs a crise humanitária no México, desencadeada por grupos criminosos em muitos casos coniventes com autoridades.

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