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'Minha família tem água potável para uma semana', diz ucraniana após rompimento da barragem

Mãe e avó de jovem estão presas no 2º andar de uma casa à espera de socorro; pessoas pedem ajuda em grupos no Telegram

Internacional|Larissa Crippa*, do R7

Ucraniana pede ajuda para mãe e avó que estão presas em casa
Ucraniana pede ajuda para mãe e avó que estão presas em casa

Nataliia, uma ucraniana que está separada de sua família no momento, revelou ao R7 que tem estado aflita depois do rompimento da barragem de Nova Kakhovka, em Kherson, no leste da Ucrânia, na última terça-feira (6). 

A jovem não consegue fazer nada pelos familiares agora, e as autoridades não deram maiores informações sobre possíveis buscas na área afetada pela água onde a mãe e a avó ficaram ilhadas. As duas estão em uma casa de dois andares que fica próxima de onde a barragem estourou e podem não sobreviver se o nível da água subir mais.

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Alojadas no segundo andar da residência, as duas mulheres, uma de 49 e a outra de 81 anos, ficarão sem água potável em até duas semanas.

"A cidade inteira está sem água, elas vão sobreviver com o que têm no reservatório da casa, que dá para uma ou duas semanas, no máximo", afirma Nataliia, que pediu à reportagem que não tivesse o sobrenome divulgado. 


A mulher explica que a proporção da inundação dificulta o resgate das vítimas. "A região afetada está em ambos os lados da margem do rio Dnipro. O lado esquerdo está totalmente ocupado e, portanto, nenhuma ajuda pode ser dada pela Ucrânia", explicou.

"Só durante esta noite, o nível da água subiu quase 2 metros em nossa casa, e é ainda pior em outras ruas. Até agora nenhuma evacuação, nenhuma ajuda. A casa do nosso vizinho desabou por causa da enchente", revela.


Nataliia revela que tem esperança de que os rivais de guerra ajudem seu povo. "Os russos talvez forneçam alguma ajuda, não sei... Não vejo nenhuma ajuda deles. No Telegram, as pessoas estão implorando socorro, elas ficaram no telhado de suas casas inundadas noite e dia. O povo só pode contar consigo mesmo e com cidadãos voluntários, mas faltam barcos", conclui.

Presos na inundação

Rompimento da barragem inundou diversas regiões em Kherson
Rompimento da barragem inundou diversas regiões em Kherson

A situação da família de Nataliia é apenas uma entre muitas. Em grupos no Telegram que reúnem pessoas afetadas pela subida das águas, os pedidos de ajuda não param de ser publicados.

"Por favor, se alguém puder, venha me buscar, estou sozinho e com medo", escreveu um garoto, depois de compartilhar suas coordenadas geográficas no aplicativo de troca de mensagens.

"Me ajudem, por favor, meus pais estão no telhado, a água não para de subir. A situação está crítica. Já não temos mais água potável", implorou outro usuário, que também compartilhou sua localização.

Segundo testemunhas da região, a mobilização das autoridades não tem sido suficiente, e muita ajuda extra tem vindo de voluntários. Ucranianos se reúnem online para tentar encontrar pessoas em apuros.

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Até agora, sete pessoas estão desaparecidas depois da inundação, e milhares estão sendo levadas para um local seguro, segundo a agência AFP. A represa ucraniana destruída foi erguida durante a era soviética, e tanto Kiev quanto Moscou se acusam mutuamente da explosão que causou uma brecha na barragem, liberando a água.

De acordo com o chefe da administração militar da região de Kherson, os moradores nas proximidades da represa de Nova Kakhovka, situada às margens do rio Dnipro, receberam instruções para "fazer tudo o que estiver ao seu alcance para salvar sua vida". As operações de resgate continuam.

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