Ministério do Interior da Rússia confirma que investiga caso Navalny
Polícia disse ter feito varredura em quarto de hotel em que opositor se hospedou e outros lugares por onde ele passou antes de passar mal em voo
Internacional|Da EFE
A direção regional da Sibéria do Ministério do Interior da Rússia confirmou nesta quinta-feira (27) ter iniciado no último dia 20 uma investigação prévia sobre o suposto envenenamento de Alexei Navalny, uma das principais lideranças da oposição ao presidente do país, Vladimir Putin.
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"Foram requisitados mais de 100 objetivos que possam servir como provas. Foram analisados os dados de câmeras de vigilância. O departamento de criminalística faz mais de 20 averigações", aponta a entidade, indicando que a atuação é, inclusive, nas áreas de medicina legal, biologia e físico-química.
Segundo a polícia, até o momento, foi feita uma varredura no quarto de hotel em que Navalny ficou hospedado antes de apresentar sinais de envenenamento, além de outros lugares por onde o político passou nos dias anteriores.
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A direção regional siberiana do Ministério do Interior, em comunicado, indicou que, após a análise de provas, até o momento, não foi detectada nenhuma substância de "ação forte ou narcótica", que poderia ter levado ao envenenamento do líder opositor.
Além disso, Vladimir Uglev, que é um dos desenvolvedores do Novichok, agente neurotóxico que foi apontado como suposta substância usada em Navalny, descartou o uso no político.
"Em muitos veículos de comunicação, especialistas e pseudo expecialistas dizem que envenenaram Navalvny com uma substância tóxica neuroparalítica de combate. Do meu ponto de vista, é improvável", segundo declarações colhidas pela agência de notícias "Interfax".
Uglev explicou que esse tipo de substância tem um efeito momentânea, de cerca de 10 minutos após o contato.
"Navalny estaria morto, sentado na mesma mesa onde tomou o chá", explicou um dos desenvolvedores do Novichok.
O suposto envenenamento
No último dia 20, o líder opositor, de 44 anos, se sentiu mal a bordo do avião que voltava de Moscou, proveniente da Sibéria. A aeronave precisou fazer pouso de emergência, onde foi internado inconsciente em um hospital local.
O político entrou em coma e, no último sábado, acabou sendo transferido para Berlim, na Alemanha, a pedido de familiares e aliados.