Ministro da Saúde da Bolívia é preso por fraude na compra de respirador
Marcelo Navajas foi enviado para uma penitenciária neste domingo, acusado de supostas irregularidades no combate ao coronavírus no país
Internacional|Da EFE
O ministro da Saúde da Bolívia Marcelo Navajas foi enviado para uma penitenciária neste domingo (24), horas depois de ter a prisão preventiva decretada pela justiça do país, por causa de supostas irregularidades na compra de respiradores para pacientes da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.
O prazo da detenção do integrante do governo presidido por Jeanine Áñez - que se autoproclamou no cargo após o afastamento de Evo Morales - é de três meses, segundo informações do promotor Ruddy Terrazas. O titular da pasta ficará encarcerado em instalações em La Paz, de acordo com a mesma fonte.
A audiência que resultou na decretação da prisão preventiva durou cerca de dez horas e terminou já na madrugada deste domingo. O diretor de Assuntos Jurídicos do Ministério, o diretor da Agência de Infraestrutura em Saúde e Equipamento, e outro envolvido, ficarão detidos por seis meses, afirmou o integrante do Ministério Público.
A advogada de Navajas, Rosario Canedo, considerou injusta e arbitrária a decisão do juiz do caso, ao garantir que há "falta de segurança jurídica", em meio a um processo que classificou como "político". Além disso, alertou para o risco da permanência do ministro, de 62 anos, na prisão, já que ele sofre de doença cardíaca.
O juiz que determinou a prisão preventiva do ministro, Hugo Huacani, se reincorporou ao caso ontem, pouco depois de ter sido detido na sexta-feira, quando era esperado para a audiência, acusado de suposta prevaricação no decorrer de outro processo.
O governo de Áñez negou qualquer envolvimento na prisão do magistrado, em meio ao maior escândalo de corrupção na Bolívia desde a chegada a presidente interina ao poder, seis meses atrás, com a acusação de compra com valor superfaturado de 170 respiradores junto a uma empresa da Espanha.
O negócio, fechado em tempo recorde de quatro dias, resultou no custo de US$ 27 mil (R$ 150,6 mil) por unidade do aparelho. O montante total gasto pelo governo do país sul-americano veio de financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).