Ministro russo chama Ucrânia de 'Estado nazista' em reunião na ONU

Em encontro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Serguei Lavrov também fez acusações contra os Estados Unidos

22/09/2022 - 15h59 (Atualizado em 20/04/2024 - 05h40)

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, rejeitou nesta quinta-feira (22) no Conselho de Segurança da ONU as acusações ocidentais sobre os abusos cometidos na Ucrânia e pediu punição ao governo de Kiev.

"Os Estados Unidos e seus aliados, com o conluio de organizações internacionais de direitos humanos, estão encobrindo os crimes do regime de Kiev", acusou Lavrov, em resposta a relatos de abusos por parte das forças militares russas.

"Kiev deve sua impunidade a seus parceiros ocidentais", disse o ministro russo diante dos homólogos, incluindo o ucraniano Dmytro Kuleba, nesta reunião especial do Conselho de Segurança dedicada à situação na Ucrânia.

O ministro aproveitou a tribuna para lançar uma crítica contra o "Estado totalitário nazista" de Kiev e a impunidade da Ucrânia pelos atos cometidos desde 2014.

Lavrov, que não falou em público fora da Assembleia Geral da ONU, também rejeitou categoricamente o trabalho do Tribunal Penal Internacional, no qual a Rússia, disse ele, "não tem a menor confiança". A decisão de lançar a operação militar especial, como Moscou a nomeia, foi "inevitável", concluiu.

As mesas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, chamam atenção e as fotos viralizam na internet a cada novo compromisso oficial. Em reunião com o líder francês Emmanuel Macron, em fevereiro, ainda antes da invasão da Ucrânia, o mundo se perguntou: por que uma mesa tão grande?

Grandes mesas foram usadas para garantir o distanciamento necessário entre o presidente russo e seus interlocutores

Segundo fontes da França, a reunião com Macron foi realizada com tamanha distância porque o presidente francês se negou a passar por um teste de PCR que seria feito pelas autoridades sanitárias russas. A recusa teria acontecido para evitar que a Rússia armazenasse material genético do presidente francês

Bolsonaro se encontra com Putin em Moscou

A distância foi repetida em um compromisso de Putin neste ano com membros do próprio governo, com os quais ele costumava ter uma maior proximidade. Alguns deles, inclusive, passavam férias ao lado do todo-poderoso presidente da Rússia

Também nesta semana, algumas lideranças mundiais participaram da Cúpula do Mar Cáspio e, mais uma vez, Putin e a mesa voltaram a ser assunto. A foto que circula nas redes sociais mostra os presidentes do Azerbaijão, Cazaquistão, Irã, Rússia e Turcomenistão sentados ao redor de um enorme móvel retangular

Menor, mas ainda assim muito grande, uma reunião mais íntima entre os participantes da Cúpula do Mar Cáspio mostra uma distância incomum para um encontro desse tipo

Em entrevista à agência AFP, o cientista político Konstantin Kalatchev explica que as grandes mesas podem ser um sinal de isolamento político. "É evidente que [Putin] está cada vez mais sozinho. [...] Essa solidão é óbvia: ele não se importa com o que os demais pensam sobre ele"

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