Moon afirma que segunda cúpula entre Kim e Trump será em breve

Presidente da Coreia do Sul também previu visita cortesia do líder norte-coreano a Seul: 'Diálogo na península coreana vai acelerar este ano'

10/01/2019 - 12h15 (Atualizado em 20/04/2024 - 11h42)

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, deu nesta quinta-feira (10) como certa, em seu discurso de Ano Novo, a celebração da segunda cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, "será realizada em breve".

Moon afirmou que o diálogo para conseguir a paz e a desnuclearização da península coreana "segue se expandindo neste momento e vai acelerar ainda mais este ano".

Veja também: China e Coreia do Sul pedem concessões de Trump e Kim Jong-un

"A segunda cúpula entre Coreia do Norte e EUA será realizada em breve, e a visita de cortesia a Seul do líder norte-coreano, Kim Jong-un, serão novos momentos decisivos para consolidar a paz na península", garantiu Moon.

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Suas palavras chegam depois desta semana em que Kim fez uma visita surpresa à China para se encontrar com o presidente Xi Jinping, sugerindo que uma segunda cúpula com Trump pode ser iminente depois que Pyongyang e Washington se mostrarem dispostos a realiza-la.

As três viagens anteriores de Kim à China foram, uma delas antes da participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang (Coreia do Sul), evento que abriu as portas para a aproximação entre Pyongyang e a comunidade internacional, e os outros dois justamente depois das suas cúpulas com Moon e Trump.

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Diálogo EUA-Coreia do Norte mal avançou

Desde aquela reunião de Singapura, onde EUA e Coreia do Norte concordaram em trabalhar para a desnuclearização do regime norte-coreano em troca de que Washington garanta a sobrevivência do mesmo, o diálogo mal avançou devido à falta de um roteiro para o processo de desarmamento.

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Por outro lado, o presidente sul-coreano defendeu hoje os projetos de cooperação intercoreana pelo impacto positivo que possam ter para a economia da península.

Moon admitiu que tudo está pronto para retomar as operações de uma propriedade industrial e um complexo hoteleiro localizado na Coreia do Norte e disse que seu governo "vai cooperar com a comunidade internacional, incluindo os EUA, para resolver o mais rápido possível assuntos pendentes como as sanções internacionais".

A retirada de sanções - que impedem a retomada desses projetos intercoreanos e que foram impostas como castigo aos testes de armas norte-coreanos - é uma das medidas reivindicada por Pyongyang para conseguir avanços no processo de desnuclearização.

No entanto, Washington acredita que o regime deve implementar de antemão ações reais que garantam sua disposição de encerrar seu programa nuclear.

Em fotos: De déspota a diplomata, a evolução de Kim Jong-un em 2018

Neste ano, um diplomata surpresa chamou a atenção de todo o mundo. Kim Jong-un, o líder autoritário da Coreia do Norte, que outrora controlava um dos países mais fechados do mundo, decidiu abrir ao menos alguns lugares em sua mesa e iniciar negociações com seus antigos rivais

A primeira parte da mudança foi o diálogo com a vizinha Coreia do Sul. Oficialmente, os dois países continuam em guerra, já que nunca assinaram uma trégua. Em abril deste ano, Kim se encontrou com o presidente sul-coreano Moon Jae In, em uma cúpula tão frutífera quanto inesperada. Foi assim que ele pisou na Coreia do Sul pela primeira vez em sua vida

O encontro foi tão interessante que se repetiu. Em 18 de setembro, Moon Jae In se tornou o primeiro presidente sul-coreano a visitar Pyongyang. "Tenho esperado e esperado por hoje. O nível da acomodação e do programa que fornecemos pode ser baixo, mas é com nossa maior sinceridade e de coração", disse Kim a Moon na ocasião

Na última reunião entre os dois líderes, Kim presenteou Moon com um casal de cachorros pungsan, uma raça típica da Coreia do Norte, conhecida pela sua lealdade. Pouco tempo depois, o governo sul coreano contou ao mundo que a cadela estava grávida e eles ganharam mais filhotes

A cúpula entre os países, no entanto, não teria sido possível não fosse a cooperação dos Estados Unidos. Após anos de farpas trocadas e ameaças veladas, o presidente dos EUA, Donald Trump finalmente conheceu Kim em 12 de junho. Os dois se encontraram em uma cúpula em Cingapura, onde os dois países assinaram um acordo de desnuclearização

As roupas militares e de tons escuros foram trocadas por um visual um pouco mais 'casual' em uma paleta de cores claras quando as negociações sobre a desnuclearização da península começaram em 2018

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Para o professor de Relações Internacionais Alexandre Uehara, da ESPM, o líder da Coreia do Norte está buscando trazer uma nova imagem dele, desde que começaram as negociações. 'Há uma busca por mudar a imagem dele em relação a investimentos e ao comportamento', diz

Assim, depois de ter marcado o imaginário popular como um líder inflexível, pode ter chegado o momento de o mundo conhecer e explorar essa nova faceta de Kim Jong-un

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