Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Mortes de negros pela polícia e decisões judiciais reacendem debate sobre racismo nos EUA

País mostrou que ainda tem dificuldade de superar os problemas raciais

Internacional|Do R7

Protestos violentos, realizados em Ferguson, ocorreram após a decisão do júri de não indiciar Darren Wilson
Protestos violentos, realizados em Ferguson, ocorreram após a decisão do júri de não indiciar Darren Wilson

As mortes de três negros por policiais norte-americanos despertou uma onda de protestos que se espalhou pelos EUA e mostrou como o país ainda tem dificuldade de superar os problemas raciais.

Apesar de haver muitos outros casos de violência policial contra afro-americanos, o assassinato do jovem Michael Brown, baleado por Darren Wilson em Ferguson no dia 9 de agosto, foi o estopim para que as manifestações começassem.

Brown, de 18 anos, teria tentado roubar pacotes de cigarros e foi agressivo antes de ser alvejado, de acordo com a polícia. Entretanto, segundo uma testemunha ocular, o adolescente estava a caminho da casa de um parente e teria levantado as mãos ao receber o primeiro tiro.

Brown não foi o primeiro: familiares de jovens negros falam da dor e falta de justiça em casos parecidos


Brancos e negros ainda vivem separados nos EUA?

No dia 24 de novembro, a Justiça norte-americana decidiu não indiciar Wilson pela morte do adolescente. O policial pediu demissão dias depois.


Protestos violentos, realizados em Ferguson, ocorreram após a decisão do júri. Prédios e veículos foram incendiados, lojas saqueadas, pessoas detidas e houve fortes confrontos com a polícia.

Poucos dias depois do não indiciamento de Wilson, muitos norte-americanos voltaram a se indignar depois que outro grande júri, em Nova York, decidiu não processar outro policial branco em um caso similar.


Eric Garner, de 43 anos, negro e asmático, morreu em Nova York no dia 17 de julho por asfixia depois que o policial à paisana Daniel Pantaleo aplicou uma gravata em seu pescoço e o estrangulou, uma ação que foi gravada em vídeo por uma testemunha. Durante o ataque do policial, Garner repetia “não consigo respirar”, frase que foi reproduzida em muitos protestos no país.

Além disso, também em Nova York, o promotor Kenneth Thompson anunciou que designará um grande júri para analisar o caso de Akai Gurley, outro cidadão negro que morreu por um disparo da polícia no mês passado, em uma ação classificada oficialmente como acidente.

Gurley, de 28 anos, morreu em 21 de novembro num condomínio do Brooklyn ao receber um disparo no peito quando descia uma escada interna, onde dois agentes policiais realizavam uma inspeção.

Um dia depois, o menino Tamir Rice, de 12 anos, foi baleado em um parque de Cleveland por policiais que acreditavam que ele estava armado. Sua pistola, no entanto, era apenas uma réplica.

A polícia afirma que pediu que Rice levantasse as mãos três vezes — ordem que ele não teria obedecido —, mas a família do garoto questionou a versão policial dos fatos, pois os tiros foram disparados apenas 2 segundos após a chegada dos militares.

Diversos outros protestos seguiram a sequência de excessos policiais e decisões polêmicas da Justiça. No início de dezembro, centenas marcharam pelas principais vias de Manhattan, gritando frases como “não posso respirar”, numa clara alusão ao crime que vitimou Garner.

No subúrbio de Nova York, quase 70 pessoas se deitaram na rua como forma de protesto. Já na Califórnia, os manifestantes bloquearam uma importante estrada por alguns instantes.

No Colorado e em Nova Jersey, dezenas de estudantes organizaram protestos. Em Miami e Rhode Island, também houve atos contra as decisões judiciais.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.