Movimentação revela que Egito vai permitir a entrada de refugiados palestinos em seu território
País já acolhe cerca de 9 milhões de imigrantes de outras nações do Oriente Médio e passa por crise econômica
Internacional|Do R7
O Egito vem se preparando para a possibilidade de um grande influxo de refugiados da Faixa de Gaza pela passagem de Rafá, seu único corredor terrestre para o território palestino costeiro, segundo diversas fontes ouvidas pelo site The Times of Israel.
Enquanto o ponto de travessia que liga o enclave palestino à península do Sinai, no Egito, ainda está fechado, o Cairo vem tomando medidas para garantir que a possível entrada de milhares de palestinos em seu território não desestabilize a área da fronteira, já abalada nos últimos anos por confrontos entre o Exército egípcio e extremistas islâmicos.
As medidas foram tomadas após Israel ordenar na sexta-feira uma evacuação de todos os residentes no norte da Faixa de Gaza — mais de 1,1 milhão de pessoas — em direção ao sul, onde Rafá está localizada, antecipando uma grande invasão terrestre da área. Até agora, pelo menos 600 mil pessoas supostamente já deixaram a região norte.
Israel declarou guerra ao grupo terrorista Hamas após atiradores de Gaza cruzarem a fronteira, em 7 de outubro, matarem mais de 1.400 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestrarem cerca de 200 pessoas, levando-as para Gaza.
Depois de sofrer o ataque mais mortal de sua história, Israel desencadeou uma campanha de bombardeios à Faixa de Gaza antes da esperada operação terrestre, cujo objetivo declarado é a erradicação do Hamas.
A passagem de Rafá, ao sul da Faixa de Gaza, ainda estava fechada nesta segunda-feira (16), já que Israel negou relatos de que teria concordado com um cessar-fogo na área para permitir sua reabertura e a entrada de ajuda humanitária.
Espera
Centenas de estrangeiros e palestinos com dupla cidadania têm esperado na fila do lado palestino da travessia para sair do enclave sitiado.
Enquanto os habitantes de Gaza atualmente não buscam sair em massa da Faixa e tanto o Egito quanto o Hamas pediram à população civil que permanecesse na área, apesar da ofensiva israelense, várias fontes revelaram que o Cairo vem se preparando para acolher alguns dos 2,3 milhões de residentes da Faixa.
Nos últimos dias, o Ministério da Defesa egípcio enviou comboios de centenas de guardas de fronteira e forças especiais para a cidade egípcia de Rafá, que tem o mesmo nome da cidade palestina do outro lado da fronteira na Faixa de Gaza.
Fontes locais citadas pelo jornal The New Arab disseram que o Egito vem construindo uma barreira de sacos de areia como um reforço ao muro existente que o separa de Gaza.
Estão sendo construídas duas barreiras adicionais de sacos de areia mais distantes da fronteira, uma à distância de 1 quilômetro e a outra fora da cidade de Rafá, a caminho da próxima cidade, Sheikh Zuweid.
Barreiras
Milhares de soldados, bem como tanques e veículos blindados, foram supostamente posicionados ao longo das três linhas, com aberturas na barreira para permitir o movimento das forças do Exército.
O objetivo das barreiras é controlar o movimento dos palestinos caso entrem no Sinai e impedir que saiam da região da fronteira.
Além disso, várias fontes afirmaram que o Egito colocou blocos de concreto no portão da travessia de Rafá, em substituição ao portão de ferro existente, como um obstáculo adicional aos palestinos que ali chegam.
Paralelamente às barreiras físicas preventivas e à presença militar, o Egito está fazendo preparativos de emergência para a possibilidade de um certo número de refugiados entrar no país.
O governador da província do norte do Sinai, general Mohamed Abdel-Fadil Shousha, orientou as autoridades locais a listarem prédios governamentais vagos, escolas, unidades habitacionais e terrenos vazios que possam ser usados como abrigos para palestinos, relatou o The Guardian, acrescentando que campos para refugiados estão sendo montados nas duas cidades fronteiriças de Rafá e Sheikh Zuweid.
Veja fotos do conflito entre Israel e Hamas
O conflito entre o Exército de Israel e o grupo terrorista Hamas chegou ao décimo dia nesta segunda-feira (16), com um saldo de mais de 4.000 mortos: 2.750 no lado palestino e 1.400 do lado israelense
O conflito entre o Exército de Israel e o grupo terrorista Hamas chegou ao décimo dia nesta segunda-feira (16), com um saldo de mais de 4.000 mortos: 2.750 no lado palestino e 1.400 do lado israelense