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'Não há água nem comida' em Mariupol, afirma Cruz Vermelha

Representante da organização diz que mercados e farmácias foram saqueados pela população em busca de alimentos e remédios

Internacional|Do R7

Maternidade e hospital infantil foi bombardeado na última quarta-feira (10) em Mariupol
Maternidade e hospital infantil foi bombardeado na última quarta-feira (10) em Mariupol

A chefe do escritório da Cruz Vermelha em Mariupol, Sasha Volkov, disse que a população da cidade não tem eletricidade, nem água, nem comida, nem mesmo para as crianças, e as pessoas estão adoecendo com o frio intenso. O município do sul da Ucrânia está sitiado pelas tropas russas.

"As pessoas encontraram maneiras de coletar água. A prefeitura distribui garrafas de água em alguns pontos, mas não é suficiente para cobrir [as necessidades]. Muitos não têm água para beber", disse ela na conversa, que foi possível por meio de um telefone satélite e cujo áudio foi liberado pela Cruz Vermelha.

Volkov afirmou que "todas as farmácias e lojas foram saqueadas há quatro ou cinco dias".

"Algumas pessoas têm comida, mas não tenho certeza de quanto tempo ela vai durar. Muitos dizem que não têm comida para as crianças. Estamos começando a ficar doentes, vários de nós, por causa da umidade e do frio. Estamos tentando manter uma higiene mínima, mas nem sempre é possível", contou.


Mariupol tem sido uma das cidades mais visadas nas duas semanas desde que a Rússia iniciou a invasão daà Ucrânia, e ontem foi relatado um bombardeio que atingiu uma maternidade.

Tentativas de retirar civis da cidade através de um corredor humanitário falharam devido a ataques das forças russas que violaram o cessar-fogo temporário, essencial para tais operações.


O representante do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) também afirmou que "pessoas começaram a se atacar por comida e algumas danificaram os carros de outras para conseguir gasolina".

No escritório da Cruz Vermelha Internacional em Mariupol, o chefe reservou o porão somente para crianças pequenas e suas mães, enquanto crianças acima de 12 anos e adultos dormem nos escritórios, onde faz muito frio porque não há como se aquecer.


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"Ainda temos algum combustível, por isso operamos os geradores para ter eletricidade durante três ou quatro horas por dia. Tentamos dar eletricidade às pessoas na rua para carregar seus telefones, que eles usam como lanternas", explicou.

Existem atualmente cerca de 65 pessoas nas instalações da organização internacional, além de pessoas que moravam no mesmo prédio e que também foram acolhidas. É um lugar que, em teoria, as partes em conflito não podem atacar, em conformidade com as convenções de Genebra, que estabelecem as regras mínimas em tempo de guerra.

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